Sobre Amores e Constelações | pjm+jjk

#3 goodbye

DÊEM PLAY NA MÍDIA QUANDO EU PEDIR!!! Boa leitura <3

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Sabe aquele sentimento de mudança? Quando você está prestes a passar por alguma circunstância ou evento importante e você sente como se estivesse evoluindo? É assim que estou me sentindo agora.

Sinto como se eu estivesse me libertando das mãos e cuidados dos meus pais, amadurecendo e me tornando cada vez mais dono de mim mesmo.

Não é como se eu tivesse mudado completamente, superado todos os meus medos e minhas inseguranças em 3 meses, mas sinto que progredi um pouco.

Na verdade, aceitar o intercâmbio já foi um progresso e tanto.

Desde o dia em que decidi aceitar a viagem, sinto como se tivesse tirado um peso das costas. Agora que estou prestes a ir, sinto um frio na barriga e uma sensação enorme de expectativa, mas não estou tão negativo quanto estaria antes.

Depois do sermão que levei de Lalisa, eu tenho prestado mais atenção nas minhas decisões e atitudes, e pude perceber que sim, ela estava certa. Desde então, eu venho me policiando, tentando expandir meus horizontes e não sendo tão tóxico comigo mesmo. Confesso que não é fácil e pode ser muito frustrante todo esse processo de evoluir, mas ver o resultado depois e perceber o tanto de coisas que acrescentei na minha vida é, de fato, muito satisfatório.

Agora, depois de três meses resolvendo milhares de papeladas e assinando documentos, estou a um passo de ir embora. Um dia, pra ser mais preciso.

Todo esse processo de preparação e procura de uma família que hospeda pessoas vindas de outro pais é, realmente, muito cansativo e definitivamente não foi fácil passar por todas essas etapas. Não sei nem dizer quantas vezes eu chorei no banho por achar ter feito a escolha errada, quantas noites passei em claro pensando se tudo daria certo e quantas vezes pensei em desistir.

Mas, cá estou eu, fazendo as minhas malas e me despedindo, aos poucos, do meu quartinho.

Ultimamente tudo tem soado como uma despedida pra mim. Toda vez que ando em minha bicicleta, falo com meus amigos, cozinho com meus pais e vou a praia, eu faço como se fosse a última vez. Ainda é difícil pensar que vou ficar sem as pessoas que eu amo por um ano, mas eu consigo sobreviver. Pelo menos, eu acho que sim.

Já se passaram mais de 3 horas desde que comecei a arrumar minhas malas. Dizem que organizar esse tipo de coisa é terapêutico, mas isso me deixou muito estressado. Eu nunca fui muito bom com roupas. Pra mim, basta ser amarelo ou preto e pronto, está feito. Mas, como nem tudo é perfeito, minha mãe ficou insistindo pra eu colocar umas camisas floridas e com estampa de animais na mala, sem contar as calças extremamente coloridas e apertadas. Se eu sentar essas calças rasgam, certeza.

Meus pais insistiram muito pra eu fazer uma festa de despedida com toda a minha família e pessoas da escola, porém, eu recusei. Além disso, por que fazer uma festa com parentes que eu só vejo uma vez a cada dois anos sendo que só vou ficar longe por um? Não faz sentido.

Então, ao invés de fazer a festa, eu resolvi chamar os meus amigos pra fazer coisas que jovens da nossa idade fazem, como ouvir música alta, assistir filmes de terror e comer coisas gordurosas até passar mal.

Agora que já tirei uma preocupação das costas -as malas, no caso- posso me dar o luxo de começar a arrumar a sala pra chegada dos meus amigos. Carrego o colchão da minha cama, com um pouco de dificuldade, até a sala e o posiciono bem na frente do sofá. Volto novamente pro quarto, pego 3 cobertores e algumas almofadas, jogo tudo no sofá e mando mensagem para os dois folgados virem.

Sobre meus amigos, até que eles vem lidando bem com a minha ida. Nas últimas semanas nós temos aproveitado a companhia um do outro e nos abraçado além da conta. Lalisa, animada como é, está até mais ansiosa do que eu pra essa viagem, mas tenta não tocar no assunto pra não acabar estragando o clima. Yugyeom, por outro lado, tem estado mais quieto que o normal, e isso me preocupa.