#5 i did it

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O ser humano tem uma capacidade surreal de se adaptar.

Você pode até dizer que não é bom em se encaixar em lugares novos e que não gosta de mudanças, eu não julgo, até porque eu já disse isso.

Mas, a verdade, é que se nos encontramos em uma situação diferente e ela não tiver uma saída, nós iremos sim nos adaptar a determinada condição. É tudo questão de sobrevivência e escolha. Digo, escolha sua de querer conhecer o novo ou ficar preso ao passado.

É como se você fosse pra um país que não fala o seu idioma e nem você o deles. Não tem essa de não saber falar, se você se ver em tal situação, você vai acabar aprendendo depois de um tempo. É isso o que eu quero dizer a respeito de se adaptar.

Já faz uma semana desde o dia em que eu cheguei aqui, e sinto que estou me adaptando bem. Claro que ainda tenho meus choques culturais aqui e ali, mas ter Seokjin e Taehyung ao meu lado tem me ajudado muito.

Ah, sim, Taehyung e eu meio que somos amigos. Ele é muito simpático e engraçado, sempre me manda mensagens e fica comigo no intervalo.

Algumas outras pessoas vieram falar comigo, inclusive as meninas que Yoongi me alertou, mas nenhuma manteve uma conversa de mais longa do que 5 minutos.

Hoje é segunda-feira, o primeiro dia do homecoming, e nós viemos de pijama pra escola. Como eu não uso pijama e durmo só de samba canção, Taehyung me levou ao shopping pra comprar um, já que é uma ocasião especial.

Nós conversamos, rimos, tiramos muitas fotos engraçadas, comemos e ficamos escutando música no carro enquanto rodávamos a cidade. O fato de ele ter um carro me deixou muito surpreso, já que na Coréia só é permitido dirigir depois dos 19 anos.

Ah, hoje também é o último dia que eu tenho pra me inscrever em uma aula extra, e eu sequer tenho ideia do que quero fazer.

— Se inscreve em teatro, gatinho. — Sentado na minha frente na mesa do refeitório, Taehyung insiste pela milésima vez. — Vai ter uma peça muito foda no final do bimestre, vai que você consegue um papel!?

— Eu não consigo atuar, cara! — Com a boca laranja cheia de Doritos, respondo.

— Claro que consegue, eu vi você falando com seus pais e mentindo pra eles dizendo que não tem nenhuma peguete! Pura atuação! — Sim, ele não sabe que eu não curto mulheres.

— Mas eu não tenho peguete!

— Então porque você e a Yerim vivem trocando esses olhares confidentes por aí?

— Meu rabo! — Começo a falar um pouco alto, chamando a atenção das pessoas em nossa volta no refeitório. — Ela só foi legal em me mostrar onde ficava o banheiro uma vez e a gente conversou um pouco. — Tento me defender, mas meus argumentos acabam abrindo brecha pra mais piadinhas da parte de Taehyung.

— Conversaram, é? — Rouba um salgadinho do meu pacote. — Com a boca dela na sua? — Balanço a cabeça de forma negativa o fazendo rir.

— Desisto, Taehyung.

— Ótimo, isso quer dizer que você vai assistir a minha aula de teatro hoje. — Conclui e eu olho confuso.

— Quando que a gente combinou isso? — O olho incrédulo.

— Eu combinei na minha cabeça. Você vai, avisa seus pais que eu vou te deixar em casa antes das oito. — Começa a recolher o lixo da mesa e eu faço o mesmo.

— Mas a aula não acaba às cinco? — Questiono e me levanto com nossas bandejas em mãos para deixá-la na cantina novamente

— Vou te levar pra andar de bicicleta. — Explica. — Se você me obedecer e escolher fazer teatro, até te pago um sorvete.

Sobre Amores e Constelações | pjm+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora