21. o rei de copas quebra a maldição sob as estrelas

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Pat estava usando jeans e uma bata bonitinha cor de creme quando cheguei para me despedir dela e de Moana. Seu vôo estava marcado para daqui quarenta e oito minutos.

— Ligue, mande mensagens, todos os dias. — A afastei após abraçá-la fortemente. Ela sorriu, assentindo.

— Cuide dessas pessoas enquanto eu estiver fora, não deixe derrubarem a cidade.

Sebastian e os outros atrás de mim reviraram os olhos. Me afastei para abraçar Moana, que parecia menos disposta a me degolar do que estava há uma semana. Tínhamos conversado há dois dias, resolvido nossas desavenças de uma vez por todas. Isso me deixou bastante aliviada.

— Se cuida — murmurei ao me afastar. Ela assentiu.

— Vou manter Platisha na linha, não posso prometer o mesmo sobre mim. — Ela sorriu.

Depois que os outros se despediram de ambas, as observei partir amigavelmente em direção ao setor de embarque. Em pouco tempo estariam em Forrest Hill e todos os meus pensamentos positivos estariam com Pat e sua recuperação.

— Vamos? — Sebastian pousou a mão em minhas costas, tirando-me do breve transe. Assenti, caminhando com ele em direção a saída, atrás dos outros.

— Acha que ela vai ficar bem? — Ergui o olhar para Heartlock. Ele suspirou.

— Ela é forte. É tudo que eu sei.

Balancei a cabeça, tentando me convencer de que tudo ficaria bem, tudo estava sob controle. Pat ficaria bem.

Retesei ao sentir algo tocar minha mão, então percebi que era apenas Sebastian. Ele sorriu para mim, evidentemente percebendo meu conflito interno. Apenas tentei respirar, deixando os pensamentos conturbados de lado. Apertei a mão de Sebastian também.

— O que vamos fazer agora? — Vanessa questionou ao pararmos na calçada.

— Podemos ir comer alguma coisa — sugeriu minha irmã. Todos concordaram.

Eu tinha pisado naquela lanchonete poucas vezes antes, nunca por tempo suficiente para observar o espaço. Até que era bonitinho, aconchegante. Ocupamos lugar numa mesa mais próxima dos janelões bem quando alguém estava fazendo escândalo algumas mesas à frente por causa de um frasco de mostarda, uma criança e uma história. Não entendi coisa com coisa. Um dos adultos envolvidos gritava querer falar com o gerente enquanto o outro tentava resolver as coisas sem bagunça.

— Acho que vou pedir um crepe — murmurou Letícia, entretendo-se rapidamente com o cardápio. Vanessa juntou-se a ela.

— Eu mandei mensagem para mamãe — me disse Bárbara. — Chamei para vir comer conosco, mas parece que ela está tomando sol no nosso jardim.

Eu ri, balançando a cabeça. Descobrimos que mamãe adora tomar sol no nosso jardim.

— Olha só quem é a gerente do lugar. — Sebastian me cutucou. Ao olhar na direção que ele olhava, congelei. Era Lucy! Lucy trajando um conjunto de saia lápis clara e blusa de seda bonitinha, com um penteado simples e saltos, era definitivamente Lucy. Ela falava com os adultos envolvidos na bagunça com a maior calma possível. Eu estava pasma.

— Lucy é gerente daqui? — Encarei Bárbara. Vanessa riu da minha expressão.

— Ela foi promovida faz pouco tempo — explicou.

— Uau. — Voltei a observar a cena. No fim, tudo se resolveu com facilidade. Lucy aparentemente não era boa apenas em insultar pessoas, mas em persuadir também.

A loira nos avistou ao se afastar da mesa, os olhos vagando de Vanessa para os outros com ela com astúcia. Sorrindo gentilmente para os clientes por quem passava, Lucy chegou até nós.

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