𝗢 𝗕𝗮𝗻𝗵𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗦𝗮𝗻𝗴𝗿𝗲𝗻𝘁𝗼

1.3K 119 13
                                    

Já era uma hora da tarde e os dois meninos já haviam lido mais de dez capítulos do grosso e empoeirado livro. Estavam de barriga cheia do almoço e não tinham mais nada para fazer, mas Stanley não queria perder aquele momento. Se pudesse, eternizaria aquele momento, para poder vivê-lo novamente quando quisesse.

Olhou para o lado e viu o piano de madeira escura de seu pai, que já estava esquecido há anos no canto da sala. Levantou-se o mais rápido que pôde, se encaixou no banquinho e logo deu três tapinhas no pedaço que restara, dando sinal para que Charlotte se sentasse ao seu lado. O menino, com um talento escondido começou a tocar a música "Every 27 Years" (música tema de IT).

Quanto mais os seus dedos deslizavam nas teclas, mais ela sentia que o tímido menino seria o seu amor, seu amor eterno.

- Você toca bem! Eu não esperava tanto talento - a britânica disse olhando fixamente para os olhos do menino, que agora eram visíveis, já que geralmente eram escondidos por seus cachinhos dourados.

- Obrigada, minha mãe que me ensinou desde que nasci. Você sabe? -Ele perguntou pegando a mão da garota e colocando no teclado.

- Algumas músicas, na verdade - a menina começou a dedilhar - sabe, no começo não sabia que você era tão incrível assim. - Ela disse, fazendo o menino ficar com as bochechas vermelhas.

- Há pessoas incríveis em todas as esquinas, mas o real problema é que elas não sabem disso. Dentro de cada pessoa há um universo diferente.

A inglesa sentia que ali era um porto seguro, onde ninguém poderia fazer absolutamente nada para machucá-la. Estava mais à vontade na casa dos Uris do que em sua própria casa. Talvez aquilo tudo fosse apenas uma ironia do destino, ou não.

O fato era que seu coração sempre esteve totalmente voltado para o judeu de cachinhos e coração dourado. Seus gostos, lutas e personalidades eram totalmente diferentes, mas algo dizia aos dois que almas opostas poderiam se combinar muito mais que almas gêmeas.

- Sabe Hallelujah? Uma música cristã escrita por um judeu, acho que combina - Charlotte riu começando a tocar com auxílio do menino.

Então, no meio da melodia, o fogo do amor veio a ambos os corações. Os dois se lembraram de como tudo havia começado, ainda na farmácia. Os seus rostos de aproximaram lentamente, assim como acontece em fanfics, mas foram interrompidos por um barulho fino e persistente: era o telefone tocando. Stanley rapidamente saiu do lugar onde estava e atendeu, sentiu como se acabasse de ser acordado de um dos seus mais belos sonhos.

- Alô? Quem fala? - Perguntou com um tom de voz um pouco aborrecido por ter sido interrompido.

- Precisamos de você aqui, agora! - Uma voz familiar e um pouco irritante respondeu, era a de Eddie, sem dúvidas.

- Não vai dar. Estou com visita em casa - o menino respondeu olhando para a britânica e sorrindo com os olhos. Como ela era linda! Linda como o pôr do sol no verão, linda como a quantidade de estrelas que há no céu.

- Você não entende! É urgente! Estamos na minha casa, mas vamos para a casa da Beverly, nos encontre lá - depois disso houve silêncio na linha telefônica, o asmático havia desligado sem mais nem menos.

- Alguém importante? - Charlotte perguntou virando sou tronco para trás, com o objetivo de encarar melhor o menino.

- Não. Era só o Eddie querendo que nos encontrássemos, mas você está aqui, então não vai dar, né?

- E se for algo grave? Não acha melhor irmos lá? - A menina perguntou já saindo do assento do piano de parede.

- Bem, então ... vamos - ele respondeu, parecendo um pouco desconsolado por ter que interromper aquele momento.

[...]

- Ahhh Stanny, então era essa a "visita"? Deram uns beijinhos e mais o quê? - Richie disse quando avistou a dupla chegando.

- Bi-bicicleta maneira Bowers.

- Ah, obrigada. Era do meu irmão e eu dei uma reformada - a menina sorriu, vendo que foi bem recebida de volta ao losers club, mas sua expressão facial mudou quando percebeu que Eddie estava cochichando algo com Ben - algo de errado?

- Nada - o asmático respondeu sem muita expressão.

- Ele estava dizendo que não é nada seguro ficar perto de você, já que o seu irmão pode aparecer a qualquer momento e nos esfaquear - Richie disse, deixando a menina cabisbaixa e sem saber o que responder.

- Ele não está errado, mas o fato é que eu não quero passar minhas férias isolada - no momento em que Charlotte terminou a frase a menina ruiva desceu as escadas do prédio.

- Preciso mostrar uma coisa para vocês, mas o meu pai não vai ficar contente de saber que estou levando meninos em casa - Beverly exclamou, pálida.

- Ei, qualquer coisa os escondemos debaixo da sua cama e fingimos que só eu estou com você.

- É melhor alguém ficar de guarda - Eddie se intrometeu.

- Ri-Richie, você fica - Bill disse indo em direção ao obscuro prédio, sem nem mesmo se importar com o amigo.

- Ei! E se o pai dela chegar?

- Faz o que você mais gosta de fazer! Fala - Stanley respondeu com um tom ainda raivoso, enquanto subia as escadas com os outros losers.

[...]

- Vocês conseguem ver isso? - A ruiva perguntou, tendo como resposta um "sim" com a cabeça de todos os pré-adolescentes.

- Isso é ... nojento e assustador! - Stanley disse, enquanto Charlotte tinha ânsia de vômito.

- Meu pai não consegue ver, não acham isso estranho?

- Bem, o que nos resta é limpar esse sangue todo ou seja lá o que for - Ben disse procurando os produtos de limpeza no casarão.

Os seis adolescentes passaram uma hora ensaboando e tirando todo a gosma vermelha, que parecia ser sangue do banheiro com arquitetura da década passada. Com a ajuda e a cooperação de todos, o tempo passou até que rápido, e num estante tudo estava limpo.

[...]

Os únicos que restavam ali eram Beverly e Bill, Charlotte viu que Ben os observava na porta e logo foi falar com o menino. Era claro o seu amor por Beverly, e a menina só tinha reparado isso agora.

- Bela dupla, não? - Perguntou para se certificar.

- É ... bela dupla - Ben respondeu olhando para baixo e massageando a testa fazendo círculos.

- Você a ama, me diga a verdade? - Charlotte perguntou, não tendo resposta. - Eu sei que não é da minha conta, mas você e Bev fariam um lindo par.

- Acha mesmo?

- Com certeza Ben, você é um menino de ouro - a inglesa respondeu, abraçando o menino que era um pouco mais baixo que ela. 

NOTAS DO AUTOR : Oi gente ! Minha amiga está começando um Ig no instagram. Se vocês puderem sigam ! @losers_bulliers

A Extraordinária História de Charlotte Bowers (PRIMEIRA VERSÃO)Where stories live. Discover now