Capítulo 27

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R A F A E L  G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— Para de babar a Solange, Russo. — LP da um tapa na minha cabeça.

— E quem disse que estou olhando pra ela? — dou um gole na minha bebida.

— Assume que já tá caidinho na loira. — sorrio de canto. — Tu pega muito no pé da mina, por isso que vocês só se beijaram uma vez. — nega com a cabeça.

— Eu gosto de ver ela irritada.

— Já pensou que agindo assim tu nunca mais pode sentir os lábios macios dela. — gesticula caindo na gargalhada. — Lábios macios, tu pareceu um viadinho falando isso aquele dia.

— Ela deve estar com raiva de mim. — suspiro.

— Tu vacila né porra, nem pra desmentir os boatos sobre mina tu prestou, ai fica nessa de irritar a mina quando podia tá beijando se tivesse feito a coisa certa. — arqueio a sobrancelha pra ele.

— Olha quem tá falando né Luís, meteu o pé na bunda da minha irmã e fica aí, todo enciumado quando vê ela com o Titto.

— Será que eles estão ficando?

— Acho que não. — dou de ombros e paro meu olhar na loira, que dançava junto a minha irmã ao som do funk que tocava.

Solange é bonita e chama atenção de todo mundo, mesmo com os boatos, nego paga pau pra sua beleza e sua habilidade na dança.

— Dança demais né?

— Pra caralho. — respondo sem tirar os olhos da loira, observo um cara se aproximar da mesma e por algum motivo meu maxilar trava.

— Nem inventa de fazer merda Rafael, a mina já tá com ódio se tu for lá estragar o esquema dela sem motivo, tu é próximo que ela vai bater.

— Tem um baseado ai?

— Pensei que eu fosse o maconheiro. — arqueia a sobrancelha e eu dou risada.

(...)

Já se passava das três da manhã e a loira já estava mais do que bêbada, ver ela de gracinha com outros cara me deixou incomodado pra caralho, mas quem sou eu pra cobrar né?

— Bora pra casa Sol. — tiro o copo de bebida da sua mão e a mesma resmunga.

— Você não manda em mim. — fala toda embolada e eu nego com a cabeça.

— Tu leva minha irmã depois Titto?

— Claro pô, tranquilo.

Saio arrastando a Solange pra fora da quadra ouvindo ela reclamar que não estava afim de ir embora e que sou um babaca.

— Você é um babaca Russo.

— Eu sei.

— Eu não quero ir embora.

— Mas você vai, já bebeu demais e provavelmente iria sobrar junto com a Yas e o Titto, e antes que cite o LP já vazou.

— Eu te odeio. — me puxa me fazendo a encarar. — Por que você tem que ser um delícia? — seguro o riso e ela se aproxima, deixando nossos corpos mais próximos um do outro. — Eu me odeio por querer te beijar de novo. — diz baixo antes de me puxar pela nuca e selar nossos lábios.

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