Capítulo 170

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R A F A E L G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— Eai papai, tá fazendo o que sozinho aí tio? — Pinguim se senta ao meu lado.

— Papai?

— Solange tá grávida amigo, ela ainda não sabe mas está. — sorrio de lado.

Queria mesmo que a loira estivesse esperando um filho meu, por mais que ela esteja com essa mudança de humor repentina e com desejos super estranhos, ela me disse que já perdeu as contas de quantos testes fez e deram negativos.

— Viaja não Pinguim. — beberico a minha cerveja.

— To viajando não maluco, ela tá grávida e ainda vai ser um menino.

— Coé, virou aquelas porra que prevê o futuro? — arqueio a sobrancelha e ele gargalha.

— O Russo, vai trocar uma ideia com a sua irmã tio. Ela não me ouve, e até parece que não tem filha nesse caralho.

— Esse b.o é teu parceiro.

— Tu é mo otario também né Titto, aceita fazer tudo o que a Yasmin quer por isso que ela não te escuta.

— Cala a boca aí, Pinguim desnutrido.

Gargalho, esses cara são resenha demais.

— Cheguei nesse caralho.

—: Ih, bora vazar aí, o LP chegou. — ameaça a sair e o Luís deu o dedo para ele.

— Nem parece que somos bandidos. — comento observando as meninas na pista de dança.

— Pois é, até casamento rolou.

— Ser bandido não tem nada com essas parada não, vocês dois que são babacas por sempre querer manter a pose de bandido em relação a tudo. — Pinguim nega com a cabeça. — To ligado que eu falo muita merda as vezes, mas tudo isso é pra ver geral sorrindo, não gosto de ver os de verdade mal do meu lado não.

— Por incrível que pareça esse porra tá certo mesmo. Luís fez muita merda com a Yasmin, e olha agora, foi laçado pela Emma no primeiro dia que viu ela e hoje tá aqui, casado com a mina. Russo, foi um orgulhoso do caralho com a Solange, e burro por não acreditar em mim. — sorrio sem graça. — Mas tudo o que acontece na nossa vida serve de lição, se nada do que aconteceu com a loira tivesse rolado, o Russo nunca iria abrir o olho pra aprender que os de verdade são aqueles que está lá com ele vinte e quatro horas por dia e que não adianta sair brigado com quem se ama, a gente nunca sabe o dia de amanhã, ainda mais pra nós que vive nesse mundo do crime. Hoje a gente tá aqui, amanhã só Deus sabe se vamos estar.

— Caraí, espera que eu vou limpar minha lágrima aqui, até me emocionei. — Pinguim zoa nos fazendo rir. — Mas falando sério, tudo isso aí que o Titto falou, é verdade. Por isso que eu sempre to feliz tentando fazer todo mundo rir, não quero morrer com remorso não tio. Pro inferno já sei que eu vou, mas me recuso a ir com remorso.

— Já tá falando merda agora.

— Tava demorando. — rimos.

Observo Solange sair correndo da pista de dança e ir em direção ao banheiro, estreito meu olhos para o seu ato e levanto da cadeira, indo até as meninas.

— O que rolou?

— Ela disse que precisava vomitar. — da de ombros.

— Sério Russo, leva essa menina para fazer um teste de sangue. Ela encheu o cu de cachaça hoje, se ela estiver mesmo grávida pode fazer mal para o bebê.

— Sabe como tua irmã é né Cand? — suspiro fundo. — Teimosa que só, mas vou lá trocar uma ideia com ela. — digo me afastando delas e indo até o banheiro, entrando no mesmo.

Escuto o barulho da descarga vindo da primeira cabine e logo a loira sai dela, indo até a pia para lavar suas mãos e sua boca.

— Bora pra casa, já deu pra tu. — falo calmo.

— Casa é o caralho, quero beber mais. — nego com a cabeça.

— Nós vai embora, agora.

— Eu não vou. — bate o pé no chão, quando essa mina quer, consegue ser pior do que criança fazendo birra, toma no cu. — Vou ter que ir te pegar no colo mesmo? — ela revira os olhos.

— Você é um chato. — caminha até mim, sorrio e entrelaço nossas mãos.

— Vai me agradecer por isso depois. — deposito um selinho em seus lábios.

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