𝐇𝐞𝐢𝐫 𝐨𝐟 𝐒𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞𝐫𝐢𝐧 | "A Câmara Secreta foi aberta. Inimigos do herdeiro, tenham cuidado."
O segundo ano de Kate está prestes a começar. Agora, a garota embarca para Hogwarts junto com sua irmã mais nova Alice e seus amigos. Buscando su...
Estava sentada na sala de estar, rabiscando o diário que ganhei de Ced no Natal. Ultimamente, estava tendo cada vez mais inspiração para escrever. Me peguei vez ou outra cantarolando algo que eu havia escrito. Estava ficando boa nisso. Às férias de verão estavam indo muito bem. Porém, minha mãe e meu pai pareciam mais preocupados desde que Severo havia feito uma visita no início das férias. Tentei ouvir a conversa mas não obtive sucesso. Ouvi partes desconexas como "noite" "avisei" e "cuidado". Seja lá o que fosse, pareceu deixar meus pais alertas. Disse a eles tudo que Você-Sabe-Quem havia me dito. Eles disseram que não havia nada com que se preocupar, mas ora, é claro que havia. Isso fez com que eles ativassem algum instinto de proteção ainda mais forte pois passaram a visitar meu quarto durante a noite e sempre perguntavam se eu havia tido sonhos estranhos. A resposta era sempre não. Felizmente me livrei daquele sonhos. Pelo menos agora, estava em paz. Espero que continue assim.
Reli um rascunho de estrofe que havia escrito semana passada. Parecia bom. Resolvi juntar com um que escrevi a pouco. Funcionavam juntos.
E eu estive pensando nisso ultimamente Não quero cometer erros e cair em ciladas Não posso fazer as escolhas erradas Podemos fazer isso funcionar Não podemos?
Estive mesmo pensando nisso ultimamente. Tudo que aconteceu em Hogwarts, tudo que Voldemort disse. Tentava não pensar muito nisso, e sinceramente, estava melhor assim. Pensar demais me deixa paranóica.
— Sabe, sua mãe também costumava rabiscar cadernos por aí mesmo depois de casar com seu pai. — Disse Agnes, minha avó, me tirando dos meus pensamentos.
— Sério? — Perguntei fechando o caderno.
— Sim. Seu pai achava isso muito legal. Ele gostava dos poemas dela. E eu também. — Ela disse se sentando ao meu lado. — Mas nós precisamos de inspiração para escrever. Qual a sua?
— Ah, nenhuma. São só algumas coisas que vem na minha cabeça.
— Nenhum pensamento vem por acaso. — Ela disse sorrindo.
— Alguns sim. Alguns são inoportunos.
— Pensamentos inoportunos são nossos favoritos, não?
Parei por um segundo e pensei. Não, deixe disso.
— Não nesse caso. — Disse me arrumando a postura.
— Bom, não é uma regra. Mas só quem realmente sabe disso é você mesma.
— Ou nem eu. — Deixei escapar. — Na verdade eu nem sei o que é. Só está na minha cabeça há alguns dias.
— Você vai descobrir quando menos esperar. As melhores coisas são descobertas assim. Você verá.
— Talvez. Mas no final não deve ser nada. Faz alguns dias que eu me pergunto o que significa quando você pensa demais em tudo, mas o tudo não é nada. Deve ser tédio.
Vovó riu. Eu também ri da minha própria confusão.
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