Epílogo

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Point of view Bianca Andrade

Eu: "Mas Rafa, ela quer mais brigadeiro, qual o problema? Só um pouquinho." - coloquei mais doce na colher.

Estávamos no sofá do cineminha da minha casa. Eu em um lado, Rafa em outro, e Lu no meio, observando atenta nossa conversa.

Rafa: "Ela é criança e já comeu muito, amor."

Eu: "Mas você que deu muito pra ela, agora eu também quero ser legal e dar mais."

Rafa: "Dormiu no ponto, bebê! Já dei o máximo." - Rafa deu um sorriso convencido.

Eu: "Toma, Lu, pode comer mais um pouco, eu deixo!" - dei a colher na mão da menina e ela me abraçou, logo colocando a colher inteira na boca e se deliciando com o brigadeiro. Rafa me olhou indignada.

Lu: "Obrigada, dinda! Você é a melhor!" - ela falou terminando de mastigar.

Rafa: "Ei! Eu que fiz o doce, eu que te dei a maior quantidade, e ela que é a melhor?"

Lu: "Não precisa ficar com ciúmes, dinda. Vocês duas são as melhores do mundo!" - ela abriu os braços toda sorridente e nos puxou para um abraço coletivo.

Luana era nossa afilhada, filha adotiva de Mari e Manu. Elas adotaram a menina quando ela tinha quatro anos, no momento a garotinha já tinha sete, e era a coisinha mais fofa do mundo. Ela parecia Mari nos traços físicos, morena dos cabelos castanhos e longos, nariz fino, a maior diferença é que a criança usava uma franjinha.

Já no jeitinho ela lembrava Manu, toda espontânea e engraçada, mas Lua tinha algo muito especial e único dela. A menina era extremamente meiga, inteligente e conseguia cativar todos à sua volta.

Eu e Rafa havíamos sido escolhidas para sermos madrinhas de Luana, e nos apegamos completamente à ela. Naquele final de semana, em especial, o casal de mães que completavam cinco anos de casadas, haviam viajado para comemorar juntas, e Lu pediu para passar os dias conosco, que ficamos extremamente felizes em recebê-la.

Rafa: "Lu, suas mães mandaram a gente nem te dar doce, não conta pra elas que comemos sobremesa os dois dias no almoço e no jantar, viu?" - a criança suspirou.

Lu: "Às vezes elas são chatas, só tem coisa saudável lá em casa, por isso eu peço pra vir pra cá."

Eu: "Só por isso? Que tristeza!" - levei a mão ao peito, fazendo drama.

Lu: "Não, dinda Bia, eu amo muito a companhia de vocês!" - a garotinha deu um beijinho na minha bochecha, me fazendo derreter de amor.

Rafa admirava a cena com muito carinho e muita ternura, diria até que com lágrimas nos olhos.

Rafa: "E a gente ama muito você!" - A mineira se aproximou e encheu a garotinha de beijinhos, me puxando para fazer o mesmo. "Agora já tá na hora de dormir, que amanhã de manhã vamos buscar suas mamães no aeroporto!"

Lu: "Poxa, mas tá tão cedo." - ela cruzou os braços fazendo um biquinho.

Eu: "Vamos, meu amor, a gente te conta histórinha." - levantei estendendo a mão para ela.

Lu: "Oba!" - ela comemorou com o sorriso mais alegre do mundo.

Era impressionante o quanto tão pouco era tão significativo para crianças.

Rafa: "Vai indo lá no quarto e vai trocando de roupa e escovando os dentinhos, a gente vai só arrumar a bagunça aqui e sobe, tá bom?" - ela fez carinho no cabelo de Lu.

Lu: "Posso levar a Luete comigo?"

Rafa: "Pode. Cadê ela?"

Eu: "LUETE! Meu amor, cadê você? Psi psi psi." - fiz voz de Luete e a encontrei tentando fugir da sala. Corri e a peguei no colo, entregando ela para Lu.

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