quarto capítulo

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O calor nesse cubículo de metal é insuportável e nem faz três minutos que Junhui está preso aqui comigo. Nós já avisamos para todos que estavam com a gente na impressa e felizmente eles chamaram os especialistas por esse tipo de ocorrido, e eles já estão a caminho; Mingyu me avisou por mensagem que vai demorar em volta de vinte minutos para o eletricista chegar e que ele iria sumir por um tempinho, vinte minutos!! Alguém tem noção como vinte minutos trancado aqui dentro com esse homem é uma tortura?! Ele já está começando a ficar suado e eu não posso ter a visão do Junhui suando, ofegante por conta do calor, na minha frente sem nem ao menos poder tocar na sua pele para sentir a bela textura pecaminosa que deve ser o seu corpo suado.

Balanço a cabeça tentando levar para longe esses pensamentos que estão muito frequentes na minha mente ultimamente. Eu estou parecendo o Jeonghan, desesperado, louco pra poder sentir alguém lhe agarrando por trás.

- minhas costas...- a voz arrastada do Jun preeenche a caixa gigante de metal.

- oh.. você está bem?

- não, eu não aguento mais ficar aqui dentro, sentado nesse chão duro, nesse calor insuportável - Junhui fala tirando alguns botões de suas casas abrindo mais a camisa social. Engoli em seco.

- err... você precisa de alguma ajuda?

- como você me ajudaria, Minghao? - ele me diz me arrancando um olhar sem graça. Aí a minha mente, minha mente.

- eu não sei?

- bom, eu imaginava, não tem o que fazer pra me ajudar com esse calor, apenas tirar a roupa, mas isso é passageiro de qualquer forma o calor vai voltar mesmo eu estando pelado.

- que? - pergunto com os olhos arregalados.

- pelado, Minghao, você não sabe o significado disso? Você nasceu, pelado sabia?

- senh...

- Junhui. - corrigi - já conversamos sobre isso e pelo o amor de deus, você vai morrer com esse terno, aqui deve tá fazendo uns 45 graus celsius.

- você quer que eu tire? - pergunto incerto.

- antes que você desmaie.

- ok.

Tiro o meu terno realmente aliviado por poder ficar com uma peça a menos, mas quando eu tirei o terno eu pude sentir o cheiro feminino do meu perfume se misturar com o ar do elevador, não liguei muito até ver o olhar do Jun em mim de imediato.

- Minghao...

- oi? - digo me esforçando ao máximo para não gaguejar mas infelizmente o meu chefe semiserra os olhos chegando mais perto.

- esse perfume...- diz parando em minha frente - me é familiar.

Puta que pariu.

Junhui chega ainda mais perto tocando a ponta do seu nariz no meu pescoço, fecho os olhos com força e toco na parede de metal em busca de apoio, e quando ele respira fundo eu sinto os meus pelos se arrepiarem.

- Jun..- tento chamá-lo.

- eu reconheço esse cheiro, eu nunca vou esquecer desse perfume. É como se fosse ontem.

- Junhui, eu posso explic...

- é o mesmo perfume da mulher que me encantou. A onde você comprou? Você tem o mesmo bom gosto que ela.

Respiro aliviado pela segunda vez.

- a...eu ganhei de natal da...da minha avózinha. - minto.

- a sua avó te deu um perfume de mulher?

contraditório [Junhao]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora