3. Fenômeno

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Quando eu abri meus olhos essa manhã, algo estava diferente.

Era a luz. Ainda estava a luz cinza-esverdeada de um dia nublado da floresta, mas estava mais claro de alguma forma. Eu percebi que não havia nenhuma névoa vendando minha janela.

Eu me levantei pra olhar lá fora, e então gemi horrorizada. Uma fina camada de neve cobria o jardim, varria a parte de cima da minha caminhonete, e deixava a estrada toda branca.

Mas essa não era a pior parte.

Toda a chuva de ontem tinha congelado, virado gelo, cobrindo o topo das árvores em fantástico padrões deslumbrantes, e cobrindo a calçada com um gelo mortal.

Charlie tinha ido para o trabalho antes de eu descer escada abaixo. De muitos modos, vivendo com Charlie tinha como eu ter meu próprio lugar, e eu fiquei me divertindo sozinha.

Eu joguei rapidamente cereal em tigela e enchi um copo com um pouco de suco de laranja. Eu me sentia excitada para ir para a escola, e isso me assustou. Eu sabia que não era o estímulo do ambiente ou meu novo grupo de amigos. Eu tinha que ser honesta comigo mesma, eu sabia que estava ansiosa para chegar a escola porque eu veria Edward Cullen.

E isso era mesmo muito estúpido.

Eu ainda estava confusa pela hostilidade que eu às vezes sentia emanando dele. Estava plenamente consciente que nós éramos opostos que não se atraíam. Então eu não devia estar tão ansiosa pra ver ele.

Tive que usar toda a minha concentração pra conseguir sobreviver á descida nos tijolos cobertos de gelo na entrada. Eu quase perdi o equilíbrio quando finalmente cheguei á caminhonete, mas eu consegui me agarrar no retrovisor e me salvar. Claramente, hoje seria um pesadelo.

Dirigindo para a escola, eu me distrai do medo de cair e as minhas especulações não desejadas sobre Edward Cullen e pensando em Mike e Eric, e na diferença óbvia em como os garotos adolescentes me tratavam aqui.

Eu tinha certeza que era exatamente a mesma que era em Nova Orleans. Talvez fosse porque eu era novidade aqui, onde as novidades são algo muito raro.

Qualquer que fosse a razão, o comportamento de cãozinho de Mike e a aparente rivalidade de Eric eram
desconcertantes. Eu não tinha certeza que não preferia ser ignorada.

Minha caminhonete parecia não ter problemas com o gelo que cobria a estrada. Apesar disso, eu dirigi bem devagar pra não cravar uma espécie de trilha na rua principal.

Quando eu saí do meu carro na escola eu vi porque tive tão poucos problemas. Algo prateado chamou minha atenção, e eu caminhei para o fundo da caminhonete, segurando cautelosamente o suporte lateral, para examinar os meus pneus.

Haviam pequenas correntes cruzadas em formatos de diamantes ao redor deles. Charlie deve ter acordado sabe-se lá que horas pra colocar as correntes nos meus pneus. De repente eu senti como se meu coração tivesse se aquecido. O cuidado e a preocupação de Charlie fizeram eu me sentir amada.

Eu estava no canto de trás da minha caminhonete, sentindo a onda de emoções que as correntes de neve trouxeram, quando eu ouvi um som estranho. Era como um arranhão muito alto, e estava rapidamente se tornando dolorosamente alto. Eu olhei para cima, estarrecida.

Eu vi várias coisas simultâneamente. Nada estava se mexendo em câmera lenta como acontece nos filmes. Ao invés disso, a adrenalina pareceu fazer o meu cérebro trabalhar muito mais rápido, e eu fui capaz de absorver em detalhes claros várias coisas.

Edward Cullen estava parado quatro carros á minha frente me encarando horrorizado. O rosto dele se destacou do mar de rostos, todos petrificados com a mesma expressão de choque.

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