17. O Jogo

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Estava apenas começando a chuviscar quando Edward virou na rua.

Foi aí que eu vi o carro preto, um Ford velho, parado na entrada de Charlie, e eu ouvi Edward murmurar algo impossível de ouvir numa voz baixa, áspera.

Tentando ficar fora da chuva no pequeno portal de entrada, estava Jacob Black, atrás da cadeira de rodas do seu pai. O rosto de Billy estava impassível enquanto Edward estacionava a caminhonete no meio fio. Jacob olhou pra baixo, seu rosto estava mortificado.

A voz baixa de Edward estava furiosa.

— Isso já foi longe demais.

— Ele só deve ter vindo falar com Charlie. — eu adivinhei, sentindo meu coração acelerar com o nervosismo.

Edward só afirmou com a cabeça, ele respondia ao olhar de Billy com olhos estreitos.

Eu me senti fraca de alívio por Charlie ainda não estar em casa.

— Me deixe cuidar disso — eu sugeri. O olhar obscuro de Edward me deixou ansiosa.

Para minha surpresa, ele concordou.

— Isso provavelmente é o melhor. Contudo, tome cuidado. A criança não sabe de nada.

Eu me senti um pouco estranha pela palavra criança. — Jacob não é muito mais novo que eu. — eu lembrei ele.

Ele olhou pra mim, sua raiva estava sumindo abruptamente.
— Oh, eu sei. — Ele me assegurou com um sorriso.

Eu suspirei e coloquei minha mão na maçaneta da porta.

— Leve eles pra dentro — ele instruiu. — Pra que eu possa ir embora. Eu estarei de volta ao entardecer.

— Você quer levar minha caminhonete? — eu ofereci enquanto pensava numa desculpa pra Charlie pra explicar a ausência dela.

Ele revirou os olhos. — Eu poderia ir pra casa andando e chegar mais rápido do que com essa caminhonete.

— Você não tem que ir embora — eu disse tristonha.

Ele sorriu da minha expressão. — Na verdade, tenho sim. Assim que você se livrar deles — ele me jogou um olhar obscuro — Você ainda tem que preparar Charlie pra conhecer seu novo namorado. — Ele sorriu abertamente, mostrando todos os dentes.

Eu gemi. — Muito obrigada.

Ele deu aquele riso torto que eu adorava. — Estarei de volta logo — ele prometeu.

Seus olhos deram uma olhadinha para o portal de entrada, e então ele se inclinou suavemente e beijou a minha mandíbula. Meu coração começou a bater freneticamente, e eu, também, olhei em direção á porta. O olhar de Billy não estava mais impassível, e suas mãos estavam apertando os descansos de braço da sua cadeira.

— Logo — eu me estressei enquanto abria a porta e saia do carro.

Eu podia sentir os olhos dele nas minhas costas enquanto eu dava uma corridinha nos fracos raios de luz até a varanda.

— Oi, Billy. Ei, Jacob. — Eu saudei eles da forma mais alegre que consegui. — Charlie foi passar o dia fora, eu espero que vocês não estejam esperando há muito tempo.

— Não muito — Billy disse num tom subjugado. Seus olhos pretos eram penetrantes. — Eu só queria trazer isso. — Ele indicou um saco de papel marrom que estava no colo dele.

— Obrigada — eu disse, apesar de não ter ideia do que pudesse ser. — Por quê vocês não entram por um minuto pra se secarem?

Eu fingi não perceber que ele estava me estudando intensamente enquanto eu abria a porta, e acenava pra que eles entrassem na minha frente.

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⏰ Last updated: Aug 17, 2023 ⏰

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