13. Confissões

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Eu já sabia o que esperar. Mas mesmo assim, eu nunca havia me acostumado, nem mesmo com Laurent.

A pele dele, a despeito de uma leve ruborescência pela caçada de ontem, estava literalmente brilhando, como se milhões de pequenos diamantes
estivessem cravados em sua superfície. Ele ficou completamente rígido na grama, sua camisa aberta deixava seu peito esculpido, incandescente aparecer, e seus braços incandescentes estavam nús.

Suas pálpebras brilhantes e pálidas da cor de lavanda estavam fechadas, apesar dele não estar dormindo. A estátua perfeita, talhada em alguma pedra desconhecida, suave como o
mármore, e brilhante como o cristal.

De vez em quando, seus lábios se moviam tão rápido que pareciam que estavam tremendo. Mas quando eu perguntei, ele disse que estava cantando pra si mesmo, era baixo demais pra que eu ouvisse.

Eu aproveitei o sol também, eu me deitei, como ele, e deixei o sol esquentar meu rosto. Mas não demorou muito e eu voltei a olhar para ele.

O vento estava calmo, assoprou meu rosto e balançou a grama embaixo da sua forma imóvel.

A clareira era espetacular, só não mais espetacular do que Edward.

Hesitantemente, eu levantei um dedo e alisei as costas da sua mão brilhante, até onde deu pra alcançar.

A textura da pele dele era perfeita, macia como seda, fria como pedra. Quando eu olhei pra cima, seus olhos estavam abertos, me observando. Seus olhos estava da cor de whisky hoje, mais claros, mais amenos depois da caçada de ontem. Seu rápido sorriso curvou os cantos dos seus lábios perfeitos.

— Eu não te assusto? — ele perguntou, e eu ouvia a curiosidade por trás da
sua voz suave.

— Não.

Seu sorriso cresceu, seus dentes brilharam ao sol.

Eu cheguei mais perto, abrindo minha mão pra tocar os contornos do seu braço com as pontas dos meus dedos. Eu vi que meus dedos tremeram, e eu sabia que ele não deixaria de notar.

— Você se incomoda? — eu perguntei já que ele havia fechado os olhos de novo.

— Não — ele disse sem abrir os olhos — Você não pode imaginar o que isso me faz sentir. — ele suspirou.

Eu passei minha mão suavemente no seu braço, trilhando os contornos dos músculos perfeitos, segui a leve linha das veias em baixo do seu cotovelo. Com minha outra mão, eu virei a mão dele.

— É fácil demais ser eu mesmo quando estou com você. — ele disse.

Eu levantei a mão dele, virando ela pra cima e pra baixo enquanto eu observava o brilho do sol cintilar na sua palma. Eu segurei ela mais próxima do meu rosto, tentando ver os detalhes escondidos da pele dele.

— Me diga o que você está pensando — ele sussurrou. Eu olhei pra cima pra ver seus olhos me observando, repentinamente atentos. — Ainda é estranho pra mim, não saber.

— Sabe, o resto de nós se sente assim o tempo inteiro.

— É uma vida injusta. Mas você ainda não me disse.

— Eu estava desejando saber o que você estava pensando... — eu hesitei.

— E...?

— Eu estava desejando não ter medo.

— Eu não quero que você sinta medo — a voz dele era um leve murmúrio.

Eu ouvi o que ele queria ter dito na verdade, que eu não precisava ter medo, que não havia nada a temer.

TwilightWhere stories live. Discover now