15. Os Cullen

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A luz de outro dia nebuloso eventualmente me acordou. Eu deitei com o braço na frente dos olhos, grogue e ofuscada. Alguma coisa, um sonho tentando ser lembrado, estava lutando pra alcançar minha consciência. Eu bocejei e rolei pra o lado, esperando que mais sono viesse.

E então o dia anterior flutuou na minha consciência.

Eu levantei tão rápido que minha cabeça ficou rodando.

— O seu cabelo fica esplêndido de manhã, tão cheio de cachos . — Sua voz tranquila veio da poltrona no canto do quarto.

— Você ficou — eu vibrei, e sem pensar atravessei o quarto me jogando no colo dele.

No instante que minha mente se deu conta das minhas ações, eu congelei. Eu olhei pra ele, com medo de ter ultrapassado os limites.

Mas ele riu.

— É claro — ele respondeu, assustado, mas feliz com a minha reação. Suas mãos esfregaram minhas costas.

Eu coloquei minha cabeça no ombro dele.

— Meu pai?

— Ele foi embora há uma hora, depois de reconectar os cabos da sua bateria, eu devo dizer. Eu tenho que admitir que fiquei decepcionado. Será que só isso seria necessário pra te parar, se
você quisesse sair?

— Eu preciso de outro minuto humano — eu admiti.

— Eu vou esperar.

Eu fui para o banheiro, escovei meus dentes e olhei pro meu cabelo, estava uma juba cacheada, como sempre ficava depois de uma boa noite de sono, decidi deixá-lo como estava.

Eu joguei água gelada no meu rosto e tentei respirar normalmente, mas sem muito sucesso e sai do banheiro.

Ele estava lá, com os braços abertos ainda esperando por mim. Ele veio me pegar, meu coração batendo erraticamente.

— Bem vinda de volta — ele cochichou, me pegando nos braços.

Ele me embalou por algum tempo, até que eu reparei que as suas roupas estavam trocadas, seu cabelo estava macio.

— Você foi embora! — eu acusei, tocando o colarinho da sua camisa nova.

— Eu não podia sair daqui com as mesmas roupas que cheguei, o que os vizinhos iam pensar?

Eu fiz biquinho.

— Você estava profundamente adormecida, eu não perdi nenhum detalhe — seus olhos me
vislumbraram. — Você só começou a falar hoje cedo.

Eu gemi. — O que você ouviu?

Seus olhos dourados ficaram suaves.
— Você disse que me amava.

— Você já sabia disso — eu abaixei a cabeça.

— Foi bom ouvir, do mesmo jeito.

Eu escondi minha cabeça no ombro dele.

— Eu amo você — eu sussurrei.

— Você é minha vida agora — ele respondeu simplesmente.

Não havia mais nada a dizer no momento. Fiquei sentada no colo dele enquanto o quarto ficava mais claro.

— Hora do café da manhã — ele disse, casualmente, pra provar, eu tenho certeza, que ele lembrava das minhas necessidades humanas.

Antes que eu pudesse responder, ele me jogou sobre o seu ombro gentilmente, mas com uma rapidez que me deixou sem fôlego. Eu protestei enquanto ele me carregava facilmente pelas escadas, mas ele me ignorou.

TwilightWhere stories live. Discover now