| IX |

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SCOTT

A tarde de meu primeiro domingo no castelo não poderia ter sido mais lenta. Conheci melhor os outros participantes, poderia dizer que o meu maior concorrente, na realidade, são Luca e Gilbert. Dominic é o mais bonito, de fato, mas é muito convencido, e não creio que Anna goste disso, enquanto Gabriel é muito tímido, o que não é bom para um principe.

Quando a noite começava a cair, não tendo absolutamente nada para fazer, decido passear pelo pátio que rodeava todo o castelo até seus muros. A lateral direita era completamente reservada a uma estufa adjacente a parede do castelo. Observo pelo lado de fora das vidraças e reconheço, mesmo com meu conhecimento botânico limitado, temperos e ervas como hortelã, salsa e manjericão, além de folhas como rúcula e alface. Bem no centro da estufa haviam flores plantadas, porém ainda não desabrocharam.

Contorno a estufa seguindo em direção a entrada principal, da qual passei mais cedo. Um vento fresco tomava conta do lugar, assim como o aroma de flores que decoravam o gigantesco pátio. A lateral esquerda tem uma fonte de águas cristalinas como a do jardim da sede, mas em proporções muito maiores, rodeada por cadeiras de ferro almofadadas. Tudo isso ao lado da estrebaria. Os cavalos faziam seus normais barulhos de cavalo, e, mesmo de longe era possível ouvir os murmúrios de reclamação de alguém do lado de dentro.

- Sa... Mario? - Pergunto me aproximando.

- Scott. - Ele solta uma pá que usava para amontoar as fezes de cavalo no chão, tudo cheirava mal por ali. - Já descobriu algo?

- Bem, não. - Me sento próximo ao portão de madeira no muro baixo que separava a estrebaria da fonte.

- Então por que está aqui? - Sam, ou Mario, limpa as mãos na calça.

- Estava dando uma volta pelo pátio. - Dou de ombros.

- Volta pelo pátio? Poderia estar vasculhando o castelo, os retratos, a biblioteca, conversando com o príncipe ou a princesa sobre os Da Peste, mas está dando uma volta no pátio? - Ele diz nervoso.

- Não se estresse. - Digo. - Mande meu abraço para Millie, para Charlie, para Amber... - Bem, talvez ela não queira receber meu abraço, mas poderia tentar. Pulo para fora do muro, indo continuar minha caminhada.

- Mande meu abraço para Millie, para Charlie, para Amber... Eu mereço isso! - Ele murmura antes de voltar a sua função.

Um pouco mais na frente, um campo redondo demarcado por uma terra solada era ocupado por várias armas e escudos, sendo visível de uma sacada não tão alta do castelo. O lugar era realmente enorme, chego a ficar cansado para atravessa-lo, chegando aos fundos do castelo, se é que aquilo pode ser chamado meramente de fundos.

Uma alta cerca viva passava de ponta a ponta, direita a esquerda no castelo, possuindo algumas entradas em arco. Lentamente ando sobre a grama aparada me aproximando cada vez mais da entrada do meio. O lugar cheirava a folhas, o que não é de se admirar, já que em minha frente está um grande corredor formado por paredes de folhas. Entro no lugar até uma parte em que ele se dividia em duas opções de estrada. "Direita sempre." penso entrando no da direita.

O canto das cigarras me tirava de meus pensamentos, mas era extremamente agradável. Caminho olhando para a lua minguante no céu, que lançava um feixe de luz por entre as nuvens. Continuo andando, sempre optando para a direita em todas as bifurcações, mas em um ponto minhas pernas começam a se cansar. Parece que os corredores não tem fim, por Nixan, eu deveria ter percebido antes que estou em um imenso labirinto.

Decido fazer o caminho de volta, dessa vez passando sempre para a esquerda, mas parece não adiantar em absolutamente nada. Pulo o mais alto que consigo, mas é impossível ver a saída. Continuo andando reto, alguma hora chegaria em algum lugar.

A Peste de Best KendalWhere stories live. Discover now