| XV |

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 COREY

Scott Taylor me segue quando saio da biblioteca. Eu não sei exatamente para onde leva-lo, então aproveito o tamanho do castelo para, no caminho entre a biblioteca e uma sala de armas especiais na torre central, decidir meu plano de aulas.

Subimos uma longa escada em espiral até uma grande porta dupla. A sala era grande, dava acesso ao quarto do rei e da rainha, assim como uma grande varanda de vigia. A parede oposta a porta era repleta de armas, algumas históricas como a espada do rei Athos, meu avô, ou a arma de ar pressurizado que atira sem nenhum barulho, mas o que estava procurando mesmo era o par de pistolas com cabo de madrepérola que são extremamente fáceis de manusear.

- Uau... - Scott havia aberto a porta do mirante, dois guardas sempre ficavam lá, fazendo uma vigia, mas ele não pareceu se importar. - A vista é linda.

Vou até ele com uma pistola em cada mão e paro ao seu lado.

- Eu consigo ver o leste... - Ele forçava os olhos para o horizonte. Era realmente possível ver seu lado de lá, mesmo que muito ao longe, quase escondido por algumas construções mais altas. Olho para seu rosto, o vento balançando seus cabelos negros e os olhos azuis estavam completamente concentrados na paisagem que refletia em sua íris brilhantes.

- Já peguei as armas, precisamos ir antes que fique tarde.

Scott Taylor sorri e se vira para sairmos. Quando passamos perto da terceira torre, Ele apenas me pede para esperar um minuto entrando no corredor, e voltando com sua velha capa em mãos. Não consigo evitar um sorriso de canto entes de seguirmos.

- Vamos para a floresta, é um bom lugar para treinar. - Digo enquanto caminhamos. Ele estava com uma feição nostálgica, perdido em pensamentos. - O que foi?

- Estava lembrando - Scott diz acanhado. -, do Leste.

- Como era lá? - Pergunto.

- Achei que não fosse interessado. - Sua resposta me faz parar por um segundo, mas volto a andar sem responder nada. - Era bom, apesar da pobreza, e com algumas regiões realmente mais repugnantes que aquela carcaça, mas tinha felicidade.

- Existiam muitas pessoas sozinhas?

- Eu nunca conheci alguém que fosse sozinho lá, talvez a pobreza torne as pessoas mais unidas.

- Está dizendo que no Oeste somos desunidos?

- Diga por si mesmo.

Scott Taylor estava agindo de uma maneira diferente de quando o conheci, mesmo que isso não seja a muito tempo, parece mais aberto. 

O frio do outono era agradável e nos dirigimos rápido e silenciosamente para o bosque. Entrego uma das pistolas a ele, que a recebe sem jeito.

- Como vamos começar? - Scott questiona.

- Comece mostrando o que sabe.

- Bem... Eu não sei nada. - Era adorável ver a completa ignorância e confusão estampada em seu rosto.

- Então comece tentando.

Scott se posiciona com as pernas levemente afastadas e a postura ereta, com a arma em apenas uma das mãos, ele mantem o braço a noventa graus do corpo e prepara uma das piores empunhaduras de pistola que já vi. Não possuía braços firmes nem uma mira constante. Se ele engatilhasse e atirasse desse jeito, provavelmente erraria o que quer que estivesse pretendendo acertar e machucaria seu braço com o coice.

- Pare. - Digo me aproximando, com um riso quase escorregando de meu autocontrole. - Segure com as duas mãos, e de um jeito firme.

Ele segura, mas com os dois dedos sobre o gatilho.

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⏰ Last updated: Feb 16, 2021 ⏰

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