11 - estrelas no céu

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A última noite com certeza foi uma das mais divertidas no ponto de vista de Haku. Talvez tenha sido em parte pela influência da bebida que Ryu decidiu comprar, e como ficou indeciso entre cerveja e vinho optou por levar os dois.

Os quatro se entendiam muito bem, e por mais que tivessem dois ou quatro bate boca durante a noite por coisas bobas, como: quem lava a louça e o time preferido depois de dez ou quinze minutos estavam rindo do assunto.

Haku ainda estava desacostumado com os hábitos esquisitos da cultura italiana, mas a coisa que mais o deixava perplexo era: puta merda Lucien bebia muito, parecia que Ryu e Luci concorriam para ver quem entrava em um coma alcoólico primeiro.

Ficou por uns longos cinco segundos observando ele despejar o vinho de uma vez pela garganta e por mais absurdo que parecesse, Luci ainda parecia sóbrio, enquanto falava de política com Keir, coisa que lhe desinteressava, então se contentou em jogar com Ryu um mobile online de tiro, falando alto toda vez que eram atacados ou atacavam outra equipe.

Já Ryu, não podia dizer o mesmo dele, já que não derrubar o celular demonstrava um esforço e tanto da sua parte, parecia que estava no time com uma ameba.

Quando um grupo inimigo se aproximava Ryu corria em aberto na direção deles sendo rajado de tiros e Haku xingava tanto o garoto que Luci parou uma ou duas vezes de falar sobre a lavagem de dinheiro, olhando pelos ombros mais preocupado se Haku sairia rolando ali mesmo com Ryu.

Keir retirou a lata de cerveja da posse do cacheado entregando como uma afronta suco de morango como se ele fosse uma criança. Talvez fosse. Isso evitou muitos problemas futuros, Haku parou sozinho no seu terceiro ou quarto copo, quando sua cabeça já começava a girar, álcool nem de longe era seu forte.

Quando foram por fim para o quarto, Haku deixou que Keir guiasse Ryu para o seu, já que o castanho tinha pavio curto e Ryu ficava extremamente irritante e teimoso demais que ficava bêbado.

Se ele também estivesse mais sóbrio se preocuparia com Ryu, e o que ele poderia fazer ou dizer a Keir, talvez ele se declarasse para o loiro pensou mas duvidava que Keir entendesse uma palavra sequer.

Haviam perdido total o horário e quando viu já marcava quatro e cinco da madrugada, tudo o que ele queria era cair no sono.

Nem se importou em trocar de roupa, arrancou seu moletom ficando só com a blusa branca com a ponta das mangas azuis e o short, enquanto Lucien entrava no banho.

A noite estava quente ou a sua temperatura estava elevando depois de beber, ainda estava elétrico mas sabia que se não dormisse, pela manhã estaria um trapo.

Deitou tentando afastar os pensamentos agitados e esquisitos, que insistiam em surgir em sua mente. Fechou os olhos com força, rolando de um lado para o outro, arrancando sua camisa em algum momento e jogando no pé da cama quando começou a sentir calor.

Setenta e seis carneirinhos, setenta e sete carneirinhos, setenta e nove carneirinhos, espera eu pulei algum número?

Eu tenho que começar a contar de novo?

Sentiu a cama afundar, quando Lucien rastejou preguiçosamente ocupando o espaço antes vazio do seu lado, mesmo sem enxergar sabia que ele estava o observando.

- está sem sono? - perguntou já reparando que ele estava acordado. - já tentou contar carneirinhos?

- eu perdi a conta. - resmungou colocando-se de bruços, a barriga em contato com o colchão. - foda-se os carneirinhos.

Lucien deixou um beijo no ombro do garoto, este que abraçou o travesseiro em que repousava a cabeça, ainda com os olhos fechados, buscando o sono que insistia em fugir dele.

𝕆𝕙 𝕐𝕖𝕒𝕣 𝔹𝕒𝕓𝕪Where stories live. Discover now