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Família Park-Jeon

PARK JIMIN

Cuidar de Jungkook jamais foi uma dificuldade minha. Sendo honesto, desde que o conheci criei esse vínculo forte que me faz querer lhe cuidar e proteger, lhe amar e encher de carinho. E muitas vezes me senti grudento por isso, mas agora agradeço, considerando o quanto ele precisa de mim.

Agradeço, porque sei o quão difícil está sendo, para ele, lidar com tudo isso. Seu emocional está bagunçado, seu emocional está desolado. Nesse momento, o meu amor precisa de companhia, precisa da certeza de que tem alguém do seu lado, alguém que o ama, que quer lhe cuidar e proteger.

E nos três primeiros dias após aquele acontecimento que só posso definir como cruel, Jungkook quase não conversou comigo. Ele só aproveitou o primeiro dia que tinha recebido de folga, e depois, nos dois dias seguintes, ele ficou em seu notebook, trabalhando. Mas ele estava tão desanimado, que doía. 

E eu o mimei mesmo, o dei beijinhos — exceto na boca, porque ele ainda estava receoso — e doces, o enchi de carinho e cuidei com todo amor do mundo aquele serzinho tão precioso para mim. 

Além disso, o dei ainda mais carinho quando saímos de casa para fazer a denúncia contra Jaehyun, mas prefiro não falar sobre isso, porque já gerou lágrimas o suficiente no meu amor.

O problema foi quando, no quarto dia, o chefe de Jungkook ligou para ele. Como ele estava no banho, eu acabei por atender, e o que eu descobri foi como um soco no estômago. Foi por isso que, naquela noite, eu dispensei a senhora Lee e encomendei duas pizzas tamanho família e um refrigerante do maior tamanho que tinha. Jungkook estava comendo bem, mas não do seu jeito normal. E eu sabia que o daria uma notícia ruim e por isso queria garantir que antes ele se alimentasse bem.

— Eu pedi pizza. — Avisei quando o vi sair do banho já com seu pijama do Homem de Ferro que ele era viciado. — Pedi para uma das meninas pegarem e arrumarem para nós, enquanto isso vou tomar banho, ok?

— Posso te mostrar uma coisa antes?

Como Jungkook não estava muito falante nos últimos dias, prontamente concordei, apenas querendo ouvir mais da sua voz, não importando o que ele desejasse me falar.

A dor de ver o meu Jungkook daquele jeito, triste, desolado, chorando toda hora, me abraçando com muita força para dormir e, ainda por cima, tendo pesadelos sempre que caía no sono, isso não tinha como ser comparado a nenhuma outra coisa. Simplesmente doía demais.

Por isso, sentei quando ele me pediu, na cadeira perto da nossa escrivaninha. Jungkook, me surpreendendo, sentou de lado em cima das minhas pernas, e eu não toquei nem elas e nem sua cintura, pois o acontecido ainda era recente e isso o assustava. Sendo assim, eu esperaria por sua confirmação de que eu podia lhe tocar em tais lugares.

Para dormir, nas últimas noites, ele deitou em meu peito ou foi a conchinha de fora, porque preferiu assim. E eu não me importei, estava feliz por ele estar ali comigo, sabendo que eu podia cuidar dele bem de pertinho.

— Eu estive trabalhando em algo nos últimos tempos como um hobby. — Informou a mim. — Eu sempre estive em dúvida se faria Engenharia Civil ou Arquitetura, e acabou que eu vou ser Engenheiro e Arquiteto, porque pretendo fazer outra graduação depois.

— É muito o meu orgulho esse meu menino. — Disse de forma brincalhona, o arrancando uma coloração avermelhada nas bochechas que simplesmente me encheu de amor. — E eu vou me sentir muito orgulhoso de estar do seu lado nas duas formaturas, dizendo para todo mundo que o meu amor é o formando mais lindo de todos.

Jungkook ficou ainda mais tímido, o que foi especialmente adorável aos meus olhos. Eu simplesmente amava demais aquele serzinho sentado sobre minhas pernas. Era tanto amor, que parecia sinceramente não caber no meu peito, e isso transbordava em sorrisos de minha parte.