amor de filho

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A primeira semana em Hogwarts estava sendo incrível para Harry. Ele se divertia imensamente ao lado dos marotos, e muitas vezes, no meio da noite, eles saíam juntos para Hogsmeade, onde tomavam cerveja amanteigada e devoravam doces da Dedos de Mel. No entanto, quando chegava a vez de James e Lily fazerem as rondas, eles precisavam ficar no salão comunal. Era assim naquela sexta-feira.

"Os dias em que James faz a ronda com a ruiva são sempre tediosos", reclamava Peter, como de costume.

"Sabemos como é difícil ter uma paixão não correspondida pelo James, Peter, mas não precisa ficar de mau humor o tempo todo", debochou Sirius, jogando-se no sofá em frente à lareira.

"Deixa ele quieto, Sirius", disse Remus, tirando a cabeça de trás de seu livro pela primeira vez naquela noite. "As noites sem o James realmente são um tanto tediosas." Peter sorriu para o amigo, agradecido por ele desviar o foco das brincadeiras.

"E ele não tem culpa de o James não corresponder aos sentimentos dele", acrescentou Harry, olhando para Sirius com uma falsa expressão de reprovação.

Remus, que apoiava Peter, pareceu desistir da discussão e começou a rir junto com os outros dois amigos.

"Qual é a graça?" Hermione chegou acompanhada de Marlene ao local onde os garotos estavam antes.

"Peter tem uma queda pelo James e não quer admitir", revelou Sirius, ajeitando-se no sofá ao notar a presença de Marlene.

A observação de Sirius deixou Peter envergonhado, enquanto os outros garotos e as duas garotas riam da situação.

"Vocês são terríveis", disse Marlene, balançando a cabeça em fingida desaprovação.

Hermione olhou seriamente para Harry, e o garoto sabia exatamente o motivo.

"Harry, ele é perigoso", disse ela puxando a blusa do garoto com insistência, levando para um canto afastado dos outros.

"Mione, ele é apenas um garoto!" Harry rebateu, fazendo-a soltar sua blusa com um gesto brusco.

"Ele poderia ter se virado contra nós hoje, e nós não saberíamos!" A voz de Hermione ecoou em um grito choroso.

"Exatamente, nós não temos ideia!" Ele respondeu com frustração.

"HARRY, PARE COM ESSA SUA MANIA DE HERÓI!" Ela berrou, e finalmente as lágrimas começaram a escorrer. "Não se pode confiar em alguém como ele, depois de tudo o que ele fez? Seus pais..." Ela não conseguia continuar, pensando no destino que aguardava aquela doce garota, prestes a ser assassinada pelo rosto da cobra. "Ele não tem salvação." Houve uma breve pausa, seguida por um suspiro que trouxe um pouco mais de tranquilidade. "Trair os amigos é algo que corrompe a alma, e a dele já está podre."

Harry balançou a cabeça, como se pudesse afastar aqueles pensamentos, mas falhou. Ele sabia que havia uma grande possibilidade de Hermione estar certa e ele estar errado, mas se recusava a acreditar que qualquer ser humano estivesse além da salvação, mesmo alguém que ele odiava mais do que Voldemort.

Ele respirou fundo antes de começar. A conversa que se seguiria não seria fácil, mas ele precisava tentar.

"Hermione, eu entendo os seus medos e preocupações, de verdade", começou ele, olhando nos olhos dela com seriedade. "Mas eu também acredito que todos merecem uma chance de redenção. Eu sei que é difícil confiar em alguém como ele, mas eu não consigo simplesmente desistir de alguém sem tentar ajudar."

Hermione olhou para Harry por um momento, seu rosto expressando uma mistura de tristeza e compreensão.

"Eu sei que você tem um coração bom, Harry", disse ela suavemente. "E eu admiro isso em você. Mas tome cuidado, porque nem todo mundo merece essa bondade. Algumas pessoas escolhem um caminho sombrio e não há nada que possamos fazer para mudar isso."

Changing The Time (Em Processo de Reescrita)Where stories live. Discover now