Profissões: Meu Segurança (+18) [COMPLETA✅]

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Sábado, 13 de Maio de 2017

Madrid, Espanha

Alexis Hernandez

Isabel, a minha enfermeira do turno da manhã, estava terminando de trocar o meu curativo no braço enquanto me contava as novidades do hospital. Segundo ela, eu sou uma das pessoas mais conhecidas que ela já cuidou, que ela nunca teve um paciente com mais de cem mil seguidores no Instagram. Entre risadas, engasgos e tosses eu digo que nem sou tão famosa assim, que é um exagero. Assim que ela termina de trocar os poucos curativos que restaram, a fonoaudióloga do hospital entra e me deseja um bom dia.

― Ei Alexis, como você está? ― Ela deixa a bolsa no sofá próximo a porta e vem até a cama e segura a minha mão acariciando, ainda é um tanto angustiante quando alguém me toca, sinto um arrepio ruim invadindo o meu corpo e demora segundos para que o meu corpo, o meu cérebro, entenda que aquilo é carinho, que eu estou segura.

― Melhorando. ― Ainda é difícil falar frases inteiras, mas com certeza estou melhor do que dias atrás. Não imaginava que ficar entubada por poucos dias me faria desaprender coisas tão simples como falar, respirar ou comer. Não imaginaria que iria doer tanto assim. Como será a sensação de quem fica semanas? Meses?

― Vamos começar? ― Concordei e assim ela foi até a bolsa dela pegando um cronômetro e sentou na poltrona ao lado da minha cama, começamos a série de exercícios que em média duram uma ou uma hora e meia. No primeiro dia eram apenas exercícios básicos de emitir o som da letra "a" ou "o" e segurar pelo máximo que eu conseguisse, e assim ela ia cronometrando quantos segundos eu aguentava, nas primeiras vezes aguentei dois ou três segundos, e foi melhorando, a minha respiração também está melhorando, não me sinto ansiosa e nem controlando excessivamente, agora é quase tão natural como sempre foi.

― Hoje é dia treze, sábado. ― Falei enquanto Nina, a fonoaudióloga reparava na minha respiração e na forma que falava, depois ela me entregou um livro de história infantil e pediu que eu lesse, levou pouco mais de dez minutos para que terminasse toda a história, e eu tentava controlar a minha fala e respiração de acordo com o que ela me pedia.

― É isso, por hoje é só, Alexis. Você está progredindo muito bem, mais dois ou três dias e acredito que já irá conseguir falar com mais rapidez. Não se esqueça de praticar sem se esforçar, repetições curtas também são eficientes. ― Sorrio alegre.

― Obrigada, Nina. ― Ela me abraça e sai, em seguida entra a Isabel com uma bandeja com um copo plástico com suco, uma tigela com salada de frutas, alguns biscoitos doces e uma papinha sem gosto algum que ela insiste em dizer que é um mingau de aveia e cereais. Faz parte da minha reabilitação comer comidas de consistências diferentes, então todos os dias eu como algo crocante, algo macio e algo pastoso.