2 . O preço para a liberdade.

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Era um dia de festa no paraíso, os anjos celebravam por estarem na presença do divino já que tão pouco o faziam, castas foram misturadas pela primeira vez em milênios, querubins e os guardas D'ele brindavam em pura harmonia; mas existia um, apenas um que não estava tão contente assim, seu nome era Lúcifer. Invejado pela maioria de seus irmãos e considerado um traidor por seus pensamentos fora do comum, Lúcifer não conseguia manter-se feliz no meio deles e por isso, pediu ao Senhor que lhe deixasse voltar a terra, tinha trabalho para fazer. Mas, como o bom Deus queria manter seus filhos reunidos, proibiu que o caçula fosse resolver quaisquer que fosse o problema.

ㅡ O que vocês tanto comemoram? A morte de centenas de humanos enquanto eles se explodem em guerras?! Enquanto a você? ㅡ Apontou na direção do criador. ㅡ Se diz onisciente mas só fica sentado, pensando em qual planeta irá abandonar de novo! Somos guerreiros amados por um povo que só recebe em troca pragas, doenças e uma festa de seus queridos anjos em cima de seus corpos banhados em sangue!

Miguel o líder, foi o primeiro a interromper a celebração apenas para rir em escárnio de seu irmão mais novo, o que causou nele um sentimento de puro ódio; ódio da falsidade daquele que deveria ser um protetor.

ㅡ Por que se importa tanto com eles, irmão? Eles nasceram para isso, oras! São nossos fantoches.

E foi na íris safira encarando seu rosto, que o jovem arcanjo entendeu que para os seus iguais, a humanidade era como lixo, e para o seu pai, era algo do qual não valia a pena lutar.

ㅡ Darei a vocês um motivo para cuidar deles, porque quando um novo Deus surgir, tenho certeza que seus fiéis abandonados irão duvidar da sua onipotência.

E foi depois de se livrar das amarras e conseguir a sua liberdade, que Lúcifer criou seu próprio reino, para ser um deus, mas um de verdade! Que não abandonaria seu povo para festejar com quem quer que fosse, um deus que faz justiça com as próprias mãos.

Mas sabia que seu pai não perdoaria tal rebeldia, ordenando aos anjos que espalhassem por entre os humanos a crença limitante de temer a Deus, ou ir para o inferno.

E como um bom e nada convencional justiceiro, Lúcifer Estrela d'Manhã aceitou o cargo de vilão, afinal, seu nada grandioso Pai, precisaria de um.

ㅡ Eu não quero guerra, não ficou claro, Comandante?

ㅡ Senhor, é que se lutarmos teremos um controle além fronteira! Pense no quanto você ficaria poderoso? Ainda mais que qualquer Rei que o antecedeu!

ㅡ Eu concordo, Majestade. Eles não irão revidar, é um povo pequeno e nós precisamos de escravos.ㅡ Disse o Duque assim que entrou na sala de reuniões.

ㅡ Espero que não estejam duvidando da minha ordem.ㅡ Empertigou-se enquanto mirava com o olhar rígido para cada representante de guerra.ㅡ Não precisamos de escravos! Precisamos de soldados, jardineiros, trabalhadores! A reunião está encerrada, e eu quero todos os vizires e emissários na sala de audiências, vou receber alguns súditos hoje.

Naquela tarde em questão, Jung Hoseok conheceu algumas crianças e mães solteiras que careciam de ajuda, em algum momento de suas vidas, perderam seus empregos e meios de sustentos até que passassem a viver com cereais distribuídos pelo dono dos vilarejos locais; era pouco, e mal dava para alimentar suas crianças que em alguns casos isolados morriam de fome, obrigando suas progenitoras a vê-los definhar até que seus fracos corações parassem de bater. E chateado com a situação que encontrou em seu próprio reino, decidiu que passaria a distribuir para os povos locais uma quantidade maior de comida, e ofereceria emprego a aqueles que precisassem mais do que apenas um saco de ração por semana.

ㅡ Você é bom, Majestade...bom como era o seu pai.ㅡ disse uma senhora de idade, que com a ajuda dos seus filhos, saiu de lá com comida o suficiente para toda a semana.

E foi com um sorriso nos lábios bonitos que o jovem Rei de cabelos escuros dormiu, certo de que estava seguindo o passo de seus pais e seria tão bondoso quanto; seu povo dependia de si e já não era mais uma criança, mostraria a eles que estavam seguros e que não mais pagariam impostos altos para o castelo em nome da Igreja, e que nunca mais teriam que lidar com padres opressores; seriam livres como Hoseok nunca pôde ser.

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(Tempos atuais, Inferno.)

Não entendo porque quer tanto salvar aquele Rei, pai.ㅡ Indagou o Nephilim, que admirava suas asas cujo as penas se assemelhavam a facas.ㅡ Entendo menos ainda porque cuida de pessoas que lhe enxergam tão mal.

ㅡ Elas não tiveram escolha.ㅡ deu de ombros.ㅡ Deus precisava de um antagonista, e na roda da sorte eu fui o escolhido. Os seres humanos foram manipulados por Ele, assim como eu. Somos iguais.

ㅡ Por isso a empatia?

ㅡ Também. Sei que nunca permiti que fosse a terra, mas, se pudesse por um único dia conhecer os mortais, saberia porque quero protegê-los.ㅡ Ajeitou seu manto sobre o corpo, e passou a caminhar por entre os corredores do seu castelo.ㅡ Chame por Leviatã, filho. Preciso por o meu plano em prática.

ㅡ Sim, pai.

ㅡ Me explique, irmão.ㅡ Disse Leviatã ao entrar na sala de reuniões, a cabeleira loira estava perfeitamente alinhada com seu rosto - anteriormente, angelical.ㅡ O que pensa em fazer?

ㅡ Baal disse que o menino cheirava a presença divina, se Deus o marcou com sua aura, então é por algum motivo maquiavélico. Minha ideia é que vá até ele, pesquise sobre a criança e me traga informações! Vamos nos aproximar como nobres, ganhar sua confiança e conseguir vantagem sobre os planos do todo poderoso.

ㅡ Me dê cinco minutos, irmão. E trarei mais do que precisa saber.

ㅡ Leviatã.

ㅡ Hm?

ㅡ Prepare-se pra guerra.

As asas do Taehyung

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As asas do Taehyung.

Pra quem já viu Lúcifer, sabe sobre a referência.

Sob os olhos do Rei. Where stories live. Discover now