[4] Ambedo

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Olá! Me desculpem a demora dessa vez, eu queria dizer só uma coisa importante agora e depois no final vou falar mais um pouco: não julguem os pensamentos do Jeongguk, tudo bem? Sejam sempre mente aberta para entender o tipo de lar que ele foi criado. <3 No mais, boa leitura e muito obrigada pelos comentários e votos. Continuem comentando e votando pra eu saber o que cês tão achando! Boa leitura. 


Aconteceu tudo muito rápido. Em um minuto, Jeongguk estava em uma festa, consumindo coisas ilegais e conhecendo pessoas, no outro, sentado em uma garupa de uma moto, agarrado à cintura de Taehyung, tentando se concentrar em uma oração que fizesse sentido. Mas ele tinha quase certeza de que não adiantaria muita coisa nessas circunstâncias.

Cada vez que sentia a velocidade aumentando, apertava o corpo de Taehyung tão forte que ficou com medo de que ele perdesse o equilíbrio, ouvindo o som assustador do derrapar dos pneus no asfalto. Taehyung se enfiava em curvas perigosas, becos escuros, e ele parecia muito habilidoso dirigindo mesmo naquela situação, Jeongguk notou.

Aos poucos a velocidade foi diminuindo, e quando finalmente parou, a única coisa que sentiu foi Taehyung o puxando pelo pulso, fazendo-o correr sem saber a direção, obedeceu sem protestar. O corpo estava demorando tempo demais para processar tudo à sua volta, a iluminação das ruas era escassa e pareciam que estavam sendo engolidos pelo breu. Os muros eram pichados com desenhos estranhos e naquele momento, Jeongguk não soube dizer se as coisas não estavam fazendo sentido ou porque ele estava chapado ou porque ainda acreditava na hipótese de ser tudo um sonho.

Ainda correndo, seus olhos só conseguiam focalizar em Taehyung à sua frente, a mão tatuada agarrada ao seu pulso com firmeza, a jaqueta com aquela raposa nas costas. Jeongguk quis rir, mesmo que não fosse nem um pouco engraçado. Com certeza aquela coisa havia danificado alguma coisa no seu juízo.

Taehyung se enfiou em um beco qualquer que dividia dois prédios antigos de tijolos velhos, haviam latas de lixos espalhadas e amontoadas no chão e apenas um poste com a luz fraca que iluminava parcialmente aquele lugar assustador, mas Jeongguk não sentiu medo por algum motivo. Seu coração estava batendo tão forte que pensou que escalaria a garganta e sairia pela boca, mal conseguindo ouvir seus próprios pensamentos. Quando Taehyung o soltou, encostou-se no muro de tijolos, tentando controlar a respiração.

— Isso foi... Caramba, eu estou... Olha isso... — Em um ato impulsivo, ele pegou a mão de Taehyung e colocou em seu peito, para que ele pudesse sentir as batidas do seu coração espancando as costelas. Então percebeu que estava sorrindo ainda mais, mas ele não sabia bem se era porque tinham conseguido se livrar ou pela coisa toda. Mas sorria, e tinha uma sensação estranha no estômago que o envolvia por inteiro e enviava um formigamento gostoso pelo corpo.

Ainda com a mão no seu peito, Taehyung abriu aquele sorriso quadrado que conseguia enfiar nele uma aparência quase infantil.

— Fugir da polícia dá uma adrenalina do caralho. Como tá se sentindo?

Jeongguk pensou um momento, olhando para Taehyung, a luz amarelada destacando parte do rosto bonito, e então disse:

— Com vontade de gritar. Gritar até meus pulmões explodirem e eu nem sei se isso é permitido. — Arregalou os olhos e retirou a mão grande dele do seu corpo, de repente tendo consciência do que fazia. — Não acredito que eu consumi maconha e fugi da polícia no mesmo dia, Taehyung-ssi! E eu ainda disse um palavrão, minha nossa! Uau, quer dizer, agora eu sou um garoto mau? — tagarelou.

Com toda aquela excitação dominando seu corpo e fervendo nas veias, chegou perto de Taehyung e o segurou pelos ombros, de repente querendo chorar. E rir. Tudo ao mesmo tempo.

A grama do vizinho nem sempre é mais verde (taekook)Where stories live. Discover now