[6] Nodus Tollens

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Olá, pecadores, eu demorei, mas cheguei com um capítulo meio grandinho! Obrigada pelo carinho e tô até intimidada, mas é muito bom saber que a fic tá sendo bem recebida. Capítulo passado deixei todo mundo ansioso, mas nesse tem um pouquinho de solução para os problemas! Votem e comentem <3

#TaMeChamandoDePecador

"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." - Carl Sagan


Enquanto Taehyung segurava um saco de ervilhas congeladas no olho esquerdo, tentava inutilmente digitar o número de Yoongi no celular, dedos trêmulos e frios. A carne da bochecha dolorida e pálpebra inchada dificultavam sua visão, e estava longe de ser a pior parte, o terror e agonia que estava sentindo com a visita não era comparadas a dor física.

Porra, tu vai precisar de uma justificativa muito boa pra tá me acordando — Yoongi finalmente atendeu depois de cinco chamadas, a voz embargada de sono e irritadiça.

Taehyung sentiu o olho fisgar quando o fechou e respirou fundo, porra, estava começando a achar que tinha quebrado alguma coisa dentro dele. O pior de tudo era que a dor estava afetando seu julgamento e, impulsionado pelo desespero, mal conseguia pensar em outra solução no momento e por conta disso tomou a decisão mais cabível, mesmo a total contragosto.

— Hyung, tem como você voltar?

Ouviu um farfalhar de um corpo se mexendo do outro lado da linha, arrastando-se entre os lençóis.

Aconteceu alguma coisa? — O tom de Yoongi era menos agressivo e mais acordado, porque não era sempre que Taehyung o chamava de hyung.

— Não dá 'pra falar por telefone. Por favor.

Chego aí em vinte minutos.

Desligou o telefone, relaxando a cabeça no encosto do sofá enquanto pressionava o saco de ervilhas no inchaço do rosto, levou uma das mãos até as costelas do lado esquerdo e concluiu que provavelmente teria trincado alguma coisa ali dentro.

— Esse filho da puta — resmungou em um rosnando, puxando o ar entre os dentes pela ardência que sentiu no lábio cortado, o gosto ferroso de sangue se alastrando por sua boca. Caralho, aquele desgraçado tinha o acertado em cheio em vários lugares, pegando-o desprevenido. — Vai me pagar, porra. Eu mesmo vou te matar.

Enquanto esperava por Yoongi, seu cérebro bagunçado tentava achar outro jeito menos drástico de resolver aquela bagunça na qual havia se enfiado; ele tinha a opção de vender a casa para resolver o problema e pagar a dívida, só que, no momento, Taehyung não queria ter que se desfazer dela e se mudar, não era justo com ele, nem com seu pai, se desfazer do lugar em que crescera. Ele tinha as lembranças ali, da sua avó, da sua infância.

Tinha Jeongguk morando ao lado.

Quando estava prestes a dormir por conta do comprimido de dipirona que havia tomado para dor, a campainha tocou. Caminhou até a porta e se certificou pelo olho mágico que era mesmo Yoongi, não cometendo o mesmo erro da outra vez. Que tipo de pessoa não verificava antes de abrir a porta? Era mesmo muito burro.

— Que porra aconteceu com você? — Yoongi disse assim que Taehyung abriu a porta e se expôs às vistas dele. Ele se aproximou e segurou o queixo de Taehyung para ver melhor o estrago, vislumbrando um supercílio cortado, um olho roxo, corte fundo no lábio, isso sem contar os chutes que havia levado nas costelas e estômago, que explodia em uma dor fina cada vez que respirava.

— Eu 'tô bem — resmungou, esgotado só pela possibilidade de ter que explicar do começo.

— Quem te bateu, Taehyung? — A voz de Yoongi soou assustadoramente fria e autoritária, olhos felinos e escuros, cheios de uma preocupação que achava desnecessária. Taehyung bufou e caminhou mancando de volta até o sofá, porque ficar em pé estava aumentando as dores nas costelas e o remédio ainda não estava fazendo efeito total.

A grama do vizinho nem sempre é mais verde (taekook)On viuen les histories. Descobreix ara