Alya ouvia Marinette com um olho na amiga e outro no celular. Nino mandava mensagens para ela várias vezes ao dia e ela estava sempre pronta à respondê-lo. Mari percebeu a aflição da amiga que queria dar atenção aos dois ao mesmo tempo.
Mari:—Ai amiga, tô vendo que você quer ficar de papo com seu boy, né? Vou tomar um banho então e me preparar para dormir. Essa coisinha aqui dentro de mim tá sugando minhas energias e me deixando com sono quase o dia todo.
Alya:—Desculpa, amiga, é que ele tá desocupado agora e por isso tá me mandando mensagem. Vai tomar banho e depois a gente conversa um pouquinho antes de você ir dormir, tá legal?
Mari:—Tá bom então, mas você pode ficar aí o tempo que quiser, não esquenta comigo, ok?
Mari foi tomar banho e Alya ficou no WhatsApp com seu moreno.
N:—Tá ocupada, gata?
A:—Não, é que minha amiga tá dormindo aqui em casa...ela tá com um problemão...
N:—Vixi...então vai dar atenção a ela, não quero atrapalhar
A:—Ela foi tomar banho, temos uns 2o minutos...
N:—Tô com saudade daquele beijo, sabia? Você não sai da minha cabeça...
A:—Eu também...quando é que você vai voltar a Paris?
N:—Eu iria só pro Natal, mas agora acho que tenho mais motivos para ir antes
A:—E esse motivo, por acaso sou eu?
N:—Claro, morena...não vou aguentar esperar até dezembro pra te beijar de novo...
A:—Você me avisa quando estiver vindo? Quero estar preparada para te receber, quero ficar bem linda para te esperar...
N:—Acho difícil que você consiga ficar mais linda do que já é, mas eu aviso sim, pode deixar...
A:—Minha amiga saiu do banho, preciso dar uma atenção a ela...nos falamos amanhã?
N:—Claro, gata...por mim, nos falaremos todos os dias. Amanhã faremos uma chamada de vídeo, ok? Quero ver esse seu rostinho lindo de novo.
A:—Tudo bem, estarei esperando. Beijo
N:—Beijo, boa noite linda!
Mari:—Ué, já acabou o papo com seu gatinho?
Alya:—Sim, amanhã ele vai fazer uma chamada de vídeo...pelo menos ele me avisou, né? Dá pra fazer uma make basiquinha, ajeitar meus cachinhos...
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Mari:—Não precisa muito, né amiga? Você é linda de qualquer jeito!
Alya:—São esses seus olhos de safira que me veem assim...se bem que meu moreno disse que eu sou linda...ai, amiga! Ele disse que vem antes do natal, que tá com saudade do meu beijo...eu vou pirar de ansiedade!
Mari:—Pira não, porque eu pirei e olha onde eu vim parar...
Alya:—Agora falando sério: o que o Luka fez foi muito bacana, sabe? Ir contra seus pais pra te proteger e te apoiar...foi de uma puta coragem da parte dele! Sorte da mulher que casar com esse cara, viu?
Mari:—Sorte minha de ter ele em minha vida! Ele saiu de casa também, disse que hoje vai dormir na casa do Max e amanhã cedo vai sair pra procurar apartamento. Eu sei que o salário dele é bom e tal, mas é bom pra sustentar uma pessoa. Eu não quero ser um peso na vida dele, entende? E...bem... tem mais uma coisa...
Alya:—O quê?
Mari:—Eu não vou pra faculdade.
Alya:—O QUÊ?
Mari:—Alya, meus pais não vão pagar a minha faculdade e eu não posso jogar esse custo no colo do Luka. Eu preciso arrumar um emprego pra ajudar ele com as despesas e depois, o bebê vai nascer e eu não vou ter com quem deixar. Então eu vou adiar a faculdade até que o bebê possa ir para uma escolinha pública, aí eu terei tempo pro meu sonho. Por enquanto a prioridade é ele!
Alya:—Eu te entendo, amiga. Sinto muito por isso, você 'tava tão animada...
Mari:—É, eu sei. Mas é por uma boa causa. E eu não tô desistindo, só tô adiando...
Alya:—Tá certo. E por falar em baby, você precisa de acompanhamento pré natal!
Mari:—Como eu vou fazer isso? Com certeza minha mãe vai parar de pagar o meu seguro saúde.
Alya:—Olha, a minha mãe quando teve as gêmeas estava sem seguro. Lembra, aquela época que meu pai ficou desempregado? Então, ela foi num posto público ali perto do zoológico. É muito simples, mas eles deram um atendimento ótimo pra minha mãe. As gêmeas nasceram no hospital público e foi tudo bem. Se quiser, amanhã vou com você lá pra gente ver como é que faz pra você ser atendida e acompanhada por eles.
Mari:—Eu já disse que te amo? Amiga, você não sabe como isso me deixa aliviada...
Alya:—Já falei, tô contigo até o fim...é do meu afilhado que estamos falando, né? Essa dinda aqui vai fazer de tudo por ele!
Mari:—Você só fala "ele". E se for menina?
Alya:—Vou amar do mesmo jeito, mas tenho certeza que será um menininho! Tô precisando de um pouco de azul na minha vida, amiga, sempre foi tudo muito cor de rosa aqui em casa...-riu
Mari:—É estranho, sabe? outro dia eu nem imaginava que estava grávida e hoje só consigo pensar nessa coisinha fofa que tá crescendo dentro de mim.
Alya:—E o pai, ein? Não tem mesmo como saber quem ele é? Você não lembrou de mais nada?
Mari:—Eu tento...mas só vejo flashes rápidos do rosto dele. Nem sei se o reconheceria na rua, caso o visse...
Alya:—E se a gente procurasse o organizador da festa? Será que ele não tem uma lista de convidados?
Mari:—Mesmo que ele tivesse Alya, o que eu iria fazer? Perguntar um por um quem foi que transou com a garota bêbada no barco? O cara não tem culpa nisso, fui eu quem quis...mesmo que eu soubesse quem ele é, como seria? "Oi gatinho, lembra daquela única noite naquele bendito barco? Você agora vai ser papai". Só se eu fosse muito doida, né?
Alya:—É, falando desse jeito...mas e se ele for um cara legal e quiser dividir isso junto com você?
Mari:—Prefiro não criar expectativas amiga...
Alya:—Tudo bem. Vem, acho que minhas irmãs já dormiram. Vou colocar o colchão de ar pra mim lá no quarto e você dorme na minha cama, tá?
Mari:—Claro que não, eu fico no colchão de ar.
Alya:—Imagina que eu vou deixar minha best friend gravidíssima dormir no chão. Mas nem em 1000 anos!
Mari:—Só você mesmo, doida! Não vou discutir com você, até porque tô morrendo de sono. Boa noite amiga!
