Capítulo 11 - Palavra

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Não consiguia entender porque logo após me prender, o Edward me soltou.

Ele disse que eu veria o porque. Então quando vi  o Nicolas entrar no Hall através das câmeras da sala de segurança, entendi tudo.

Edward me obrigou a assistir todo aquele show de horrores e tampou minha boca para que eu não pudesse falar nada enquanto ele usava o auto-falante.

Ver o Nicolas daquela maneira... O medo de que eu... Ele estava tremendo tanto que pela câmera eu conseguia ver.

Enquanto estava presa, olhei para uma das câmeras que dava em uma cela muito familiar...

Um flash de memória me atinge em cheio e me lembro de ter sido trancada ali e quase ter enlouquecido... Lembro do homem que apareceu nas minhas outras lembranças ter me ameaçado e me chantageado ali.

Meu coração dói...

Não foi o Nicolas, tenho certeza que ele jamais faria isso comigo... Ele não... Não me machucaria...

Logo depois do show que o Nicolas deu salvando as duas garotas, Edward falou rapidamente com ele e em seguida me arrastou correndo daquele lugar para o carro.

Edward dirigiu por algumas horas e depois paramos em um hotel no meio do nada para passarmos a noite.

Ele me desamarrou e tirou a mordaça.

- Se comporte, princesa... - Disse com sua voz doce.

Como pode esse rapaz com cara de anjo, voz de anjo ser pior que o próprio Demônio?

Edward segura minha mão e me puxa para a recepção.

- Boa noite, senhora. Um quarto para minha esposa e eu, por favor. - Seu sorriso era tão genuíno que a mulher da recepção travou por alguns instantes antes de nos dar a chave.

Edward agradeceu e desejou um bom trabalho.

- Huh... Você é educado, Edward.

- Nossa.. É porque achou que eu não era? Só porque sou um assassino louco, sádico e doentio?

Engulo em seco.

- Bem diferente do seu amorzinho que não tem um pingo de educação e bons modos. - Ele diz bufando.

Realmente... Nicolas não era gentil com ninguém além de mim... Mas... Algo me diz que eu sei o porquê, só não lembro.

Ao entrar no quarto, Edward tranca a porta e esconde a chave na cueca bem lentamente para que eu observe onde está.

Reviro os olhos.

- O que? Não vai querer tentar pegar?

- Não.

- Por que não? Se você pegar eu juro que te deixo passar pela porta.

- Por que eu deveria acreditar em você?

- Oras, não somos amigos? A propósito... Mesmo que não fossemos, sou um homem de palavra, Lissara. Sempre cumpro o que prometo.

Estreito os olhos pra ele.

Ando até até ficarmos na distância de um dedo. Com as mãos trêmulas, pego na borda da sua calça.

- Assim você me deixa, louco, Lissara... - Sua voz agora já não era de um anjo, parecia bem mais rouca e sensual, quase diria que era outra pessoa falando e não ele.

Me afasto imediatamente. Não consigo... Me sinto suja... Me sinto... Traindo o Nicolas.

Edward me observa com um sorriso e a cabeça pendida para o lado... Seria muito sexy se não fosse tão perturbador.

- O que foi? Essa é a única chance que vou te dar de tentar fugir...

Eu respiro fundo tentando acalmar meu nojo e repulsa pelo que estou prestes a fazer.

Ele disse que sempre cumpre o que promete e ele me prometeu que me deixaria sair...

Ele tira sua camisa deixando amostra o seu peitoral muito bem definido, cada detalhe só seu corpo parece ter sido esculpido por deuses...

- P-por que t-tirou a camisa? - Digo desviando os olhos.

- Ahhh pra tornar as coisas mais divertidas... - Ele faz uma pausa me analisando e depois faz beicinho. - Você não reage como as outras mulheres... Você não está me desejando ou me cobiçando. Por que?

Sua voz o faz soar decepcionado e eu quase sinto uma pontada de irritação em sua voz.

- Por que meu coração pertence a outra pessoa...  - Digo desviando o olhar.

- Desejo e amor não andam lado a lado, Lissara. - Ele diz e agora a irritação é mais notável na sua voz.

- Pra mim andam! - Rebato.

Ele suspira anda até mim em passos largos.

Instintivamente eu ando pra trás até bater com as costas na parede.

Edward apoia uma das mãos na parede enquanto com a mão livre segura meu queixo me fazendo encarar seus olhos azuis que me encaram sérios agora.

Olhando assim tão de perto, percebo que tem traços cinzas e verdes neles... Não são totalmente azuis como os de Nicolas.

Hmmm, prefiro os do Nicolas... Prefiro o Nicolas!

- Sua última chance, princesa. É pegar ou lagar... Literalmente. - Ele dá um meio sorriso na palavra final, mas sem humor.

Eu... Preciso arriscar, pode ser minha única oportunidade de voltar pro Nicolas.

Novamente coloco minhas mãos na barra da sua calça, solto o botão e desço o zíper.

Não preciso abaixar sua calça, aberta assim ela já me dá a visão do seu membro preso em sua cueca.

Foi muita ingenuidade minha achar que ele não estaria duro, certo?

Suspiro nervosa.

Seguro sua cueca e a puxo pra baixo rapidamente a chave estava na parte do fundo da cueca então eu rapidamente pego a chave e ao tirar minha mão dali ele a segura, mantendo as costas da minha mão encostada no seu pau quente e duro.

Ele solta um suspiro.

- Queria que você me quisesse agora como eu quero você, princesa.

Forço para tirar minha mão dali e ele me liberta.

- Não vou te forçar a fazer isso, princesa... Gosto que minhas parceiras de sexo sejam voluntárias e não forçadas.

Ignoro seu comentário e corro em direção a porta a destrancando.

Sem olhar pra trás, eu passo pela porta correndo.

Entro no primeiro corredor que vejo e entro no elevador no final dele.

Quando vou apertar o botão para descer, sinto braços fortes me agarrarem e tampar em minha boca.

- Você cheira tão bem... - Ouço a voz de Edward no meu ouvido.

Ele me levanta de forma que meus pés não toque mais o chão e antes que a porta do elevador se feche, ele passa comigo por ela e volta para o nosso quarto.

Quando chegamos lá ele me solta e fecha a porta novamente.

- Você... - seu digo desolada mas ele me corta.

- Eu jurei deixar você passar pela porta, e você passou por ela, certo? Então eu não desonrei minha palavra.  - Ele sorri e vai em direção ao banheiro.

Droga... Droga! Como fui tão ingênua?

Agora que ele está no banheiro, me permito chorar.

Será que ele pretende me deixar voltar para o Nicolas? Será que me manterá viva?

Amor Sombrio IIWhere stories live. Discover now