Amor Sombrio II

Capítulo 20 - Não Consigo Evitar Me Apaixonar Por Você

Alguns meses de tratamento intensivo para Nicolas se passaram, ele já não sentia a necessidade de matar, mas não quer dizer que não o faria...

Eu prometi visitá-lo todos os dias, e assim eu fiz... Quando ele não surtava por eu não querer beijá-lo, surtava por achar que eu tinha outro homem comigo.

Bem cansativo.

- Nicolas eu não estou com ninguém, de onde você tira essas ideias?

- O que você faz a porra do dia todo que não pode ficar comigo?

Eu bufo de descrença.

- Trabalho? Eu preciso comer pra sobreviver né? E comida se compra com dinheiro, né? - Reviro os olhos. - Ainda que eu pudesse ficar com você aqui o dia todo, você tem suas terapias e sessões de tratamentos.

- Você não precisa trabalhar, carvalho! Eu já te dei o meu cartão e falei mil vezes a senha da minha conta... Porra, você é muito teimosa!

- Nicolas é o seu dinheiro, não o meu!

- O meu dinheiro é seu dinheiro, VOCÊ É MINHA MULHER!! - Ele grita a última frase exasperado.

Agora ele não está mais amarrado, não precisa... O que o mantém comportado são minhas chantagens e ameaças.

Mas não deixo de me incomodar quando ele grita comigo.

Fecho a cara em sinal de reprovação.

- Não grita comigo! - Eu me aproximo e sento na beira da sua cama, onde ele está sentado de pernas cruzadas. - Nicolas... Eu não sou sua mulher, nunca nos casamos, você nem nunca me pediu em casamento! Seu cara de pau.

Ele me olha incrédulo.

- Eu fiz a porra de um pedido sim e você me rejeitou, sua pata sem coração e frívola.

- Aquilo não foi um pedido, seu maluco! Você estava quase impondo que eu aceitasse.

- Impondo o caralho! Eu pedi, não pedi? - Diz bem irritado.

- Pediu... E, depois que te recusei, matou a Valéria, o Michel e, ainda por cima, ameaçou matar o Sr. E a Sra. Martins. Você é uma praga quando é contrariado! - Digo bem indignada. - Seu mimado do cacete.

Ele reflete um pouco sobre o que falei.

- Se eu te pedir em casamento e você rejeitar, eu posso te matar? - Ele diz erguendo as sobrancelha.

Eu arfo em surpresa. Essa merda de tratamento tá dando certo??

Ele sorri.

- Estou brincando...

Eu respiro mais aliviada...

- Mas eu vou me matar.

Engasgo com a minha própria saliva e respiração.

- O que??? - Pergunto uma oitavas acima do que deveria.

- Lissara... Você. É. Minha. Vida.... - Ele diz pausadamente. - Eu não sei e não quero viver se não for ao seu lado... De alguma forma eu consigo ser bom pra você ao seu lado...

- Mais ou menos... Você não foi muito bom pra mim não. - Digo fazendo uma careta me lembrando de tudo que ele me fez passar.

Ele me encara com uma cara tipo: "😑"

Não consigo segurar a risada.

- Eu... Já te pedi perdão várias vezes, o que você quer? Que eu me ajoelhe e implore.

Eu não podia ver meu rosto, mas tinha certeza que meus olhos faiscaram.

- Sim... Eu quero.

Ele me olha confuso.