Capítulo 23 - Você está diferente

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    Acordo com o barulho alto de batidas vindo de algum lugar, sem fazer a menor ideia do que está acontecendo e com uma terrível dor nas costas

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    Acordo com o barulho alto de batidas vindo de algum lugar, sem fazer a menor ideia do que está acontecendo e com uma terrível dor nas costas.

Me espreguiço e sinto todos os ossos do meu corpo estalarem. Acho que dormi de muito mau jeito essa madrugada. 

— Heloísa, já acordou? – vó Rute pergunta, do outro lado da porta fechada. 

— Não – resmungo, com a voz rouca de sono, abraçando um travesseiro e voltando a fechar os olhos.

— O Diogo está te esperando. – Levo dois segundos para entender o que ela disse, e, quando finalmente compreendo, pulo para fora da cama rapidamente, o que me dá uma tontura repentina que quase me faz cair de cara no chão. 

Quando me recupero da vertigem, corro até o guarda-roupa e começo a procurar algo para vestir. 

— Já estou indo, vó – respondo para ela, que diz que vai estar me esperando na cozinha com meu café da manhã. 

Estava tão cansada ontem que acabei pegando no sono com a toalha no cabelo e tudo. Agora, meu cabelo está completamente embaraçado e cheio de frizz. Vou ter que tentar dar um jeito nele, pois chapinha está fora de questão nesse pouco tempo que tenho. Faço um coque bagunçado e volto a procurar as roupas.

Depois de pegar uma calça jeans e uma blusinha amarela básica, saio do quarto e começo a andar em direção ao banheiro. 

Mas sou interceptada quando uma bola de pelos cinza para na minha frente e quase me faz tropeçar. 

— Mione! – reclamo, e a gata apenas ignora meu mau humor matinal e começa a miar fervorosamente. 

Entro no banheiro e ela me segue logo atrás. Sei que não terei paz enquanto não dar o que ela quer.

— Eu já vou te dar ração, sua morta de fome – como se entendesse o que acabei de dizer, a gata para de miar e se senta em frente a porta. 

Reviro os olhos e penduro minha roupa antes de sair do banheiro. 

Ao passar pela sala, Mione silva do nada e corre em direção a cozinha. Franzo a testa, começando a acreditar que ela enlouqueceu, mas levanto a cabeça e tenho uma surpresa não muito agradável: Diogo está sentado no sofá, com a mochila ao seu lado, mexendo no celular distraidamente.

— O que você está fazendo aqui? – questiono. Ele deveria estar me esperando lá embaixo, na livraria, onde sempre ficamos.

Ao ouvir minha voz, Diogo finalmente me encara. E, então, me olha de cima a baixo, depois desvia o olhar, com cara de riso. 

Sem entender sua reação, olho para minha roupa e só então me lembro que estou usando meu velho pijama do Bob Esponja. Sinto meu rosto queimar de vergonha. 

— Sua avó disse que você iria demorar um pouco e me mandou te esperar aqui – responde, ainda sem me encarar.

Agora eu tenho mais um momento constrangedor para acrescentar na minha lista da vergonha.

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Where stories live. Discover now