O que você faria se um estranho descobrisse um segredo seu?
Heloísa nutre um amor platônico pelo mesmo garoto há quase três anos.
Ela nunca criou coragem para declarar seus sentimentos para Paulo, nem para contar sobre isso a ninguém.
Mas ela não...
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Diogo
Horas antes do capítulo anterior
Estou estirado de costas na cama, concentrado na atividade de matemática, quando uma notificação no celular chama minha atenção.
Heloísa: Te encontro em frente ao shopping às 4 e meia. - 3:36 da tarde
Diogo: blz. - 3:36 da tarde
Heloísa:Não esqueçe que o combinado foi que eu iria escolher o filme, hein? Da última vez você me tapeou! - 3:37 da tarde
Diogo: Eu sei. Já decidiu o que a gente vai assistir? - 3:37 da tarde
Heloísa: Não. Mas pode ficar sossegado! Sou, tipo, a melhor pessoa na hora de escolher um bom filme :) - 3:38 da tarde
Diogo: Seu favoritismo em Crepúsculo diz exatamente o contrário. - 3:39 da tarde
Heloísa:Ha-ha-ha Acredite, hoje você vai preferir ter visto Crepúsculo… - 3:39 da tarde
Diogo:Pq eu sinto que isso foi uma ameaça? - 3:39 da tarde
Heloísa:Interprete como quiser ;) ‐ 3:40 da tarde
Sorrio com a mensagem.
Heloísa é a garota mais sem noção e atrapalhada que eu já conheci. E ainda tem seu gosto por filmes com enredo questionáveis e efeitos especiais tão toscos que poderiam chamar defeitos especiais.
E tudo isso só torna ela única.
Heloísa também é muito engraçada, amável, bonita e… e eu tô muito ferrado pelo simples fato de ter me apaixonado por ela.
Eu nem sei como deixei isso acontecer.
Na verdade, eu não deixei, simplesmente aconteceu sem que eu nem me desse conta.
Em um minuto eu só queria terminar o trabalho de química e no outro, boom, estava afim dela e fazendo de tudo para ficar mais perto.
Quando nos conhecemos – ou melhor, nos esbarramos naquele corredor – eu achei que ela tinha um ou dois parafusos a menos.
Naquele dia, me atrasei para chegar no colégio no meu primeiro dia de aula nele. É claro que a culpa disso foi do tio Alex, que só vive atrapalhado com as dezenas de bicos de professor que faz.
Quando sai da diretoria com o número da minha sala e lista de horários de aulas na mão, não havia mais ninguém nos corredores e eu agradecia por isso. Não gostava daquele ambiente. Na verdade, detestava a ideia de ter que estudar num colégio diferente ao que tinha frequentado desde o fundamental II e, o pior de tudo, ter deixado meus amigos para trás – mesmo sabendo que aquilo era necessário, pelo bem da minha avó.
