O que você faria se um estranho descobrisse um segredo seu?
Heloísa nutre um amor platônico pelo mesmo garoto há quase três anos.
Ela nunca criou coragem para declarar seus sentimentos para Paulo, nem para contar sobre isso a ninguém.
Mas ela não...
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Assim que saio do colégio, vejo Cristine entrando no carro em que o Arthur está ao volante.
— Helô! – Ela me chama assim que me vê. — Já está indo para casa? Temos um tempinho de folga antes de ir para o mercado, então, se quiser, a gente te leva – oferece.
Abro a boca para dispensar, pois meu plano é pegar o próximo ônibus para a casa do Diogo, mas sou interrompida pelo Arthur.
— No caso, sou eu quem vai levar ela para casa, né? Você só vai ficar sentada do meu lado, me forçando a ouvir as músicas da sua playlist – ele provoca, e eu já me preparo para a briga que vai começar.
— Qual o problema da minha playlist? – Cristine cruza os braços.
— E ainda pergunta? – Ele levanta uma sobrancelha. — Quando o assunto é bom gosto musical, você passa bem longe.
— O quê? – Cristine está para lá de indignada. — Você nã...
— Eu ainda estou aqui! – a interrompo, pois sei que quando os dois começam a discutir, custam a parar. — E, obrigada, mas eu não preciso de carona.
— Porque não? – Cristine indaga.
— Vou passar na casa do Diogo antes de ir para casa – assim que termino de falar, Cristine abre um sorriso tão grande que tenho quase certeza que nem o gato Cheshire conseguiria tal feito.
— Vai se declarar para ele? – pergunta, animada, e eu apenas confirmo com a cabeça. — Então a gente te leva!
Sem deixar margens para discussões, ela segura minha mão e me puxa para dentro do carro, sentando comigo no banco de trás.
— Não acredito que você gosta do Diogo, Helô – Arthur comenta, balançando a cabeça em descrença. — E muito menos notei que ele estava afim de você.
Depois de pedir minha permissão, a Cris contou toda história para ele ontem. Arthur era o único do nosso grupo de amigos que estava por fora da minha atual situação com o Diogo, e é claro que a Cris estava doida para contar toda a fofoca para ele.
— Claro que não percebeu, Arthur! Vocês garotos são cegos quando o assunto é sentimentos – Cristine murmura. — Agora começa logo a dirigir!
— Tá. Mas você só esqueceu de um pequeno detalhe: eu não sei onde ele mora. – Arthur diz, revirando os olhos.
— Eu vou te explicando o caminho – digo, e ele assente, começando a dirigir.
Sinto meu estômago gelar. O momento está mais perto do que nunca!
•••
— Heloísa? – Alex me encara, parecendo confuso.
O momento está sendo bem diferente do que imaginei durante a viagem de carro até aqui.