Quando chego no colégio na quarta-feira – atrasada, como quase sempre – fico aliviada ao ver o Diogo sentado no lugar de costume.
Peço licença para a professora e entro na sala com sua permissão. Me sento, tiro o material da mochila e o coloco em cima da mesa.
Me viro para o Diogo, pronta para pergunta aos sussurros o que aconteceu – já basta chegar atrasada, não preciso levar reclamação por estar atrapalhando a aula também –, mas ele sequer olha para mim,
Não deixo de reparar que ele parece meio cabisbaixo, com os ombros caídos, rosto sempre para baixo, e as mechas loiras do seu cabelo caindo sobre a testa. Meu coração aperta só de imaginar todo tipo de cenário ruim que pode ser o motivo da sua tristeza.
As horas se passam rapidamente e ele continua com os olhos fixos no quadro, só anotando o que os professores passam.
Assim que ouço o sinal do intervalo tocar, guardo as minhas coisas de qualquer jeito debaixo da carteira, e me levanto pronta para ir até o Diogo. Mas desisto da ideia quando vejo o Theodoro e seus amigos em volta da mesa dele conversando alto.
Passo o intervalo conversando amenidades com as meninas, mas sempre de olho na direção em que o Diogo está sentado com os amigos.
Quando a última aula finalmente chega ao fim, e depois de guardar meu material na mochila, olho na direção do Diogo mais uma vez. Dessa vez o mesmo também se vira para mim.
Me levanto e caminho apressadamente até ele.
— Oi – ele é o primeiro a falar.
— Oi. Como você está? – pergunto, ainda preocupada com sua mensagem de ontem.
— Estou bem – fico um pouco mais aliviada quando ele diz isso — Mas… acho que preciso de um conselho seu. A gente pode ir conversando enquanto te acompanho até o ponto de ônibus?
— Claro – concordo, e logo começamos a andar lado a lado em direção a saída.
Não posso deixar de ficar apreensiva com o que ele disse. Como assim "ele precisa de um conselho meu"? Sou péssima nesse tipo de coisa.
— Por que você foi embora no outro dia sem dizer nada? – faço a pergunta que não saiu da minha cabeça desde segunda-feira.
— Ouvi sua conversa com o Paulo, então deduzi que a gente não iria mais ver os filmes. – Dá de ombros e continua andando, sem me encarar.
Não sei o que dizer sobre isso, e estranho completamente sua atitude. Ele simplesmente não se despediu e sumiu do nada. Isso não faz sentido nenhum.
— Por que não me respondeu? Eu tinha sugerido que nos encontrássemos mais tarde naquele mesmo dia.
Saímos pelo portão do colégio e começamos a andar em direção ao ponto de ônibus.
CZYTASZ
Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01
Dla nastolatkówO que você faria se um estranho descobrisse um segredo seu? Heloísa nutre um amor platônico pelo mesmo garoto há quase três anos. Ela nunca criou coragem para declarar seus sentimentos para Paulo, nem para contar sobre isso a ninguém. Mas ela não...