Capítulo 06 - Que tal fazermos um acordo?

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    O pátio do colégio está parcialmente vazio quando passo pelo portão de entrada, caminhando com tanta elegância quanto um zumbi – e com a mesma aparência de um também

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    O pátio do colégio está parcialmente vazio quando passo pelo portão de entrada, caminhando com tanta elegância quanto um zumbi – e com a mesma aparência de um também.

Passei horas e mais horas rolando na cama ontem à noite, repassando tudo o que tinha acontecido. E, para complementar meu cosplay de morta viva, ainda acordei 30 minutos antes do despertador tocar. 

Faltam mais de vinte minutos para o início da primeira aula do dia, e eu decido caminhar até a biblioteca para matar o tempo. 

Assim que chego, noto que o lugar está quase vazio, exceto pela bibliotecária e Alice – uma garota da sala da Cris.

As duas estão completamente concentradas nos livros em suas mãos, e nem parecem ter me notado.

Para me ocupar até o sinal tocar, me sento em uma das mesas mais afastadas da porta e pego o livro de português para adiantar algumas atividades pendentes. Tento me concentrar inteiramente nas questões, ignorando todo o barulho de alunos do lado de fora.

Mas não tenho muito sucesso nisso, pois, apenas alguns minutos depois, vejo pelo canto do olho alguém se sentando na cadeira ao meu lado. 

Levanto os olhos na direção do recém chegado e dou de cara com a única pessoa que, definitivamente, não queria ver de jeito nenhum.

Diogo me encara com uma expressão neutra como se nada de mais tivesse acontecido no nosso último encontro.

— O que você quer aqui? – pergunto, já me pondo na defensiva. 

— Achei que a biblioteca tivesse acesso livre para todos os alunos – ele zomba, empurrando o óculos de grau com a ponta do indicador.

Irritada, arrasto minha cadeira para longe da dele, fazendo um barulho horrível com o atrito do ferro no chão. Ouço um pigarrear de garganta e, quando olho na direção da bibliotecária, recebo um olhar de advertência. Sorrio, envergonhada, e ela volta a encarar seu livro. 

Ignorando Diogo, junto as minhas coisas rapidamente e me levanto, pronta para sair. Mas ele segura meu pulso antes que eu possa obter sucesso em minha fuga.

— Ei, espera. Eu só estava brincando – murmura. 

Puxo minha mão pra longe de seu alcance.

— Não estou com nem um pouco de paciência para as suas gracinhas – rebato entre dentes, respirando fundo para não surtar.

Não são nem sete e meia da manhã e ele já vem me perturbar? 

Fala sério! 

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Where stories live. Discover now