Isabelle é uma doce jovem sonhadora, que vive em um mundo onde não acredita que possam existir pessoas más.
Mal sabe ela que isso está prestes a mudar, quando enfim decide fugir do castelo em que vive, para viver como uma pessoa normal, e também pa...
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Cheguei em casa por volta das onze da noite. Havia passado o dia fora, na tentativa de esfriar a cabeça, pelo menos um pouco, e isso inclui, visitar um de meus contatos.
Acontece que, pela primeira vez, eu não consegui ir até o fim, não passou de beijos frustrados. Sim, eu havia deixado uma garota insatisfeita pela primeira vez na vida.
Não sei porque estava tão irritado, porque minha cabeça estava tão pesada e pensante. Eu nunca fui assim, as coisas pra mim sempre foram resolvidas de forma prática, mas agora simplesmente havia algo de errado com a minha cabeça, e eu não fazia ideia de como concertar. Talvez eu também precise de um psicólogo.
— Brandon? — O chamo, assim que entro na casa.
Onde esse puto estava?
Subo as escadas rapidamente, indo até o quarto em que ele está ficando e não o encontro. Provavelmente deve ter saído. Ninguém aguenta o silêncio dessa casa por muito tempo, a não ser...
A garota!
Entro no meu quarto não vendo-a por ali. Então desço as escadas rapidamente a procura da mesma.
Eu te mato, Brandon!
— Isabelle? — Chamo alto pelo seu nome, mas não recebo respostas.
Inferno! Maldição!
Meu coração estava acelerado, não sei o porque exatamente, mas estava. Eu devia estar com algum defeito na cabeça, pois estava sentindo coisas completamente desconhecidas por mim.
Droga, James... O que você fez?
Eu não devia ter beijado ela. Eu não devia ter ido adiante. Ela não queria, é claro que ela não queria. Eu sou um um grande e belo idiota mesmo.
Em meio a tantos pensamentos, escuto um barulho mais baixo, me fazendo seguir até a porta dos fundos, abrindo-a e dando de cara com o cachorrinho que arranhava numa tentativa de entrar. Ele passa pelas minhas pernas correndo para dentro.
Percorro o local com os olhos vendo uma silhueta longe. Sem pensar, corro até lá, e a cada passo vejo a imagem dela ficar mais clara.
Ela não foi embora.
Assim que chego próximo o suficiente, seguro o seu braço firmemente, fazendo com que ela se assustasse. Estava distraída.
— James... Que susto você me deu.
— Porque fez isso comigo, Isabelle. Você não sabe como eu fiquei. — Confesso, mesmo sabendo que ela não entenderia.
— Desculpa ter saído nesse tempo, mas... Eu precisava vir aqui para pensar e... — Vejo seus olhos inundarem com lágrimas que se formaram.
Seja lá o que for que fizeram com ela antes daqui, ela ainda estava traumatizada.
— Isabelle, eu só fiquei preocupado. Pensei que... — Não consigo terminar a frase. Nem mesmo sei o que eu estava sentindo de fato.
— O que pensou?
Aproximo a minha mão do seu rosto, limpando uma lágrima que descia. Ela tinha uma expressão abatida, mas ainda assim, continuava linda.
— Que tivesse ido embora. — Completo, não conseguindo desviar o meu olhar sobre ela.
Acho que nunca fiquei tanto tempo só admirando alguém assim antes. Ela tinha tantos detalhes, e eu, só queria guardar cada um deles comigo. Eu estou fodido, eu sei.
— Não se preocupe com isso... De qualquer forma, para onde eu iria? Nem mesmo tenho coragem ainda para sair daqui. — E de repente ela me abraça, me pegando de surpresa. — Por isso sou grata a você.
— Está tudo bem. — É tudo o que eu consigo falar.
Não sei nem como agir agora, pareço até um adolescente. O que caralhos estava acontecendo comigo?
— Podemos entrar...? Está frio aqui fora. — Vejo a sorrir de leve, após se afastar.
Porra, como ela pode ser linda até com o rosto inchado de choro? E por que eu só percebi isso agora?
— A quanto tempo está aqui? — Pergunto, já sabendo que não seria pouco, já que a sua pele estava gelada quando toquei.
— Não sei exatamente, faz muito tempo.
— Por que? Se acabou de se queixar do frio.
— Depois que eu sai... Tive medo de entrar novamente e dar de cara com você.
Satisfeito? Agora ela tem medo de você, seu merda!
— Não pense assim. Não sou tão rabugento, afinal. — Cruzo os braços.
Eu sei que eu sou.
— Vamos, vou te tirar desse frio, antes que morra congelada.
— Que exagero... — Ela sorri, me seguindo de volta à casa.
Tudo bem. Dois sorrisos em menos de meia hora já era uma vitória. Vitória do que, você disse? Bom... Eu também não sei.
