8-"Sinto Muito"

1K 70 105
                                    

Saio do meu quarto após ouvir vozes eufóricas vindo dos corredores

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Saio do meu quarto após ouvir vozes eufóricas vindo dos corredores.

— O que está acontecendo? — Questiono as criadas que passavam.

— O príncipe Christopher está aí!

— Príncipe Christopher? O mesmo que veio ao casamento de Isadora? — Havia um príncipe desconhecido por mim até então, que veio ao casamento de minha irmã, e diria que ele chamou bastante atenção das princesas que também se faziam presente.

— Sim! Ele mesmo.

— E o que ele faz aqui?

— Ele veio...

— Não se meta nos assuntos reais.— A outra criada a interrompe.

— Não podemos falar, princesa Isabelle, creio que logo ele irá conversar com a senhorita.

— Tudo bem, e onde ele está?

— Ele está...

— Princesa Isabelle! — Novamente ela é interrompida, agora por uma voz masculina.

Me viro, vendo um homem alto, de barba é com um
sorriso um tanto estranho no rosto.

— Olá, príncipe Christopher.

— Me chame somente de Christopher, por favor.

— Como quiser, Christopher. Procura por algo?

— Gostaria de conversar com vossa Alteza, se me permite, é claro.

— Tudo bem, vamos até o jardim então.

— Como preferir.

— Charlotte! — A chamo ao vê-la passar atrás dele.

— Princesa?

— Vamos até o jardim, o príncipe Christopher quer conversar comigo.

— Claro princesa Isabelle, sigam-me. — E assim fomos até o jardim em silêncio.

— Então princ... Digo, Christopher! O que
quer me falar?

— Gostaria de conhecer melhor a princesa.
Saber mais sobre você.

Charlotte o olhava de forma estranha, não sabia identificar o que aquele olhar significava, muito menos o dele para mim.

— Por que disso agora? — Questiono, um tanto quanto desconfiada.

— Como?

— Por que quer me conhecer melhor?

— É... Só gostaria de saber quem é a princesa
Isabelle, já que não tivemos tempo de nos conhecer na festa da princesa Isadora.

— Você deve saber quem eu sou pelas notícias.

— Exato! Mas não por você.

— Bom, e o que você sabe sobre mim?

— Só que a princesa é dona de uma bela
fortuna, e és muito bela, agora eu posso
comprovar isso, és realmente muito bela
princesa Isabelle!

— Obrigada...

Charlotte suspira forte com as suas falas, nos fazendo olhar para ela.

— Algum problema, Charlotte?

— Não. Perdão, senhorita Isabelle.

— Sua criada não gostaria de tomar um ar?

— Como eu já disse, estou bem, e não, não
gostaria de tomar um ar! — Ela o olhava de forma séria e decidida. Confesso que nunca a vi assim antes.

— Charlotte! Se acalme, o que houve?

— Creio que a senhora não deve estar muito
bem, considerando que é uma criada e o
modo como agiu com um príncipe Real.

— Ei! Não fale assim com ela! Não tem esse direito. — Chamo a atenção do homem que falava de forma rude e com desdém de Charlotte. Quem ele pensa que é para destratar alguém assim?

— Acho que tenho sim, sou um príncipe e ela não tem o direito de falar assim comigo!

— Como quiser, príncipe Christopher, passar
bem! Vamos Charlotte.

— Irá mesmo me deixar aqui falando
sozinho?!

— Sim!

— Tudo bem, pode ir. Mas, não vai querer saber o motivo de eu ter vindo até aqui?

— E qual o motivo?

— Eu quis ser romântico com você, e estava
indo muito bem, se não fosse por essa criada
ter estragado tudo. Enfim, o motivo de eu ter vindo, é que eu vim pedir a sua mão para os seus pais.

— O que? — Falo completamente em choque com o que ele acabava de dizer. Como assim pedir a minha mão? Ele é louco?

— Exatamente o que ouviu, é melhor já ir se acostumando, eles estão encantados comigo e me acham um ótimo príncipe a se casar com a sua filhinha amada.

— Eles não fizeram isso...

— Sim, eles fizeram.

Saio de lá apressada e corro para o meu
quarto, me deitando na cama, e não exito em começar a chorar.

— Princesa Isabelle...

— Você sabia, Charlotte?!

Ela não responde, apenas abaixa a cabeça envergonhada.

— Por que não me contou? Por que ninguém me contou nada?

— Não podíamos, sinto muito princesa
Isabelle.

— Para de me chamar de princesa toda hora! Para! Me chame de Isabelle! Só Isabelle!

— Sinto muito.

— Esse é o problema! Vocês todos são pagos para me ouvir, para me servir em tudo, mas não pode dar suas opiniões verdadeiras sobre nada!

— Não podemos interferir nos assuntos do
Reino.

— Tudo bem... Desculpa, é só que... Eu estou
cansada disso, não quero me casar com
aquele principezinho grosseiro, não quero
guardas atrás de mim em todo lugar que eu
vá, não quero ter que ficar presa em um
castelo! Não quero ser uma princesa... Só queria ter uma vida normal, eu não sou igual a eles que gostam do que vivem, eu não quero viver o resto da minha vida assim! — Confesso, surpreendendo até a mim mesma, por está falando isso abertamente pela primeira vez.

— É só uma fase, vai passar.

— Não, não vai passar! Charlotte, me ajude a
fugir?! — Caminho até ela, que já me olhava assustada.

— O que? Perdeu o juízo menina?! Claro que
não! Não fale bobagens.

— É sério! Me ajude com isso, por favor?

— Não posso, princesa! Isso é loucura.

— Charlotte! Você está aqui para me servir
certo?! Então você vai me ajudar sim.

— Não faça isso, senhorita Isabelle, por favor.

— Não se preocupe, você não ganhará culpa
alguma, é só dizer depois que eu te dispensei e você não sabe mais de nada que aconteceu depois.

— Não posso fazer isso...

— Claro que pode, mas depois falamos nisso,
agora preciso de um tempo para pensar,
poderia me dar licença?!

— Sim senhora... — Ainda relutante, ela sai, me deixando sozinha.

Talvez essa fosse a única saída para mim...

Minha Por ContratoWhere stories live. Discover now