30-"Sensações Desconhecidas"

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— Sobre o que você está falando

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— Sobre o que você está falando...?

Senti um frio na barriga, assim que ele segurou a minha mão. Não sabia o que estava acontecendo comigo, nem do porque o meu corpo estar reagindo estando tão próxima dele. James era um homem confuso, e agora, a sua confusão estava começando a me consumir.

Ele acariciava levemente o meu rosto, me fazendo fechar os olhos involuntariamente. Então senti o meu coração disparar a cada segundo.

— James... — Falo num sussurro, mesmo sem saber qual seria a minha próxima palavra.

Eu nunca senti essa sensação antes. Era como se uma necessidade começasse a crescer no meu interior, junto com a ansiedade e o medo. Todos eles formando um misto de confusão dentro de mim.

— Eu preciso fazer isso, Isabelle. Pode me odiar depois se quiser.

Assim que abro os olhos, confusa com a sua fala, sou surpreendida com seus lábios se chocando contra os meus. Eu deveria pará-lo, eu tinha que pará-lo. Mas eu não conseguia.

Sentir o seu beijo calmo, mas também intenso, fazia com que eu me sentisse presa em um labirinto gigante, e eu estava no meio dele, apenas parada. Por mais errado que fosse, em minhas vontades mais profundas, eu desejava que aquele momento durasse mais. Eu nunca havia beijado outro alguém antes, nem mesmo sabia como fazer isso, mas agora, tudo fluía tão bem, como se já tivéssemos feito antes. Uma sensação tão desconhecida, mas ainda assim, tão familiar para o meu corpo que respondia de forma tão espontânea e precisa.

É claro que eu não considerava aquela tentativa na boate um beijo de verdade. Eu senti nojo de mim por dias. E por um segundo, achei que nunca conseguiria beijar alguém na vida novamente. Mas ele não era como aquele homem asqueroso... Pelo menos, não era o que o meu corpo sentia no momento.

Quando finalmente a sua boca se afasta da minha, me surpreendendo, James ergue o meu corpo, caminhando até a cama, e me deitando na mesma, ficando por cima de mim. A boca dele encontra o meu pescoço, onde ele o beija, me causando uma sensação nova e boa, ao qual nunca havia sentido antes. Era como se todo o meu ser gritasse, implorando por mais, por mais que eu não soubesse o que seria esse "mais", eu o desejava como nunca.

Tudo estava acontecendo rápido demais para que eu pudesse raciocinar. Eram tantas emoções e sensações novas que eu simplesmente não sabia se parava, ou se ia mais a fundo, até descobrir onde tudo isso iria me levar.

Sua mão desce até a toalha que ainda estava no meu corpo e de um jeito fácil ele retira de mim, e é nesse momento em que a minha consciência retorna o controle. Eu não posso fazer isso!

— James, espera! — Falo ofegante, enquanto escondo o meu corpo, me sentindo suja.

— O que? — Pergunta confuso.

— Desculpa, eu não posso... — Sinto meus olhos inundarem, e o arrependimento bater em cheio.

O que eu estava fazendo? Isso é loucura.

— Droga. — Ele murmura saindo de cima de mim. Parecia pensativo, e decepcionado, só não sei se comigo ou consigo mesmo.

— Eu sinto muito...

— Não sinta. — É tudo o que ele fala, antes de sair apressado.

Por que eu fiz isso...? Como pude me deixar ser levada dessa forma? É como se o mundo tivesse parado naquele exato momento, é agora, ele girava rápido demais, me trazendo pensamentos ruins sobre mim mesma.

Troco de roupa sem pressa, na verdade, meus pensamentos estavam longe agora. Me sentia muito constrangida para encara-lo por tão cedo.

Depois de muito enrolar no quarto, decido descer novamente. E a cada passo que eu dava, uma vontade de voltar me consumia, mas me mantive firme e segui até a cozinha, encontrando o irmão de James ainda lá, só que agora mexendo no celular.

— Oi. — Falo me aproximando.

— Está tudo bem?

— Sim... Está.

— Faz horas que estou esperando, achei que tivesse dormido, ou sei lá.

— Me perdoe, realmente, eu acabei pegando no sono durante uns minutos. — Minto.

— Tudo bem, agora coma.

Já vi que é de família ser mandão.

Depois de comer em silêncio, continuei ali por mais alguns minutos. James ainda não havia aparecido, e eu agradeci mentalmente por isso.

Mas por outro lado, eu gostaria de saber por onde será que ele anda.

— Brandon? — Chamo a sua atenção de volta.

— Fala, gatinha.

— Onde está James?

— Ele saiu.

Que estranho.

— Entendi...

— Ei, que tal se saíssemos também?

— Não! Quero dizer... Melhor não.

— Por que? Vai ser legal, eu sou uma ótima companhia.

— Eu não quero... Desculpa.

— Tudo bem, nesse caso, irei sozinho, já que não quer acompanhar esse lobo solitário.

— Vai me deixar sozinha?

— Você já é grandinha, vai ficar bem. — Ele pisca pra mim e sai.

•••

Já era noite e nenhum dos dois havia voltado ainda. Já brinquei tanto com o Ozzy que ele já havia até dormido. Queria ir ao jardim mas ainda estava pensando no que James falou.

Mas ele não está aqui agora.

Levanto do sofá e vou devagar até a porta dos fundos. E ao abrir a porta, já sinto aquele vento gelado e fresco bater sobre mim e o cheiro de flores me invadirem.

Como eu amo esse cheiro. Como pode pequenas coisas se tornarem nosso ponto de paz e tranquilidade. Era terapêutico esses momentos para mim.

Continua..☆

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