34-"Fugindo De Mim"

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— Senhor? — Minha secretária entra na minha sala com papéis em mãos

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— Senhor? — Minha secretária entra na minha sala com papéis em mãos.

— Pode falar.

— Aqui os documentos que pediu mais cedo. — Responde, colocando-os sobre a minha mesa.

— Certo, obrigado.

Já era noite, e ainda estava aqui. Havia uma pilha de papéis para assinar, já havia feito diversas ligações para sócios. Resumindo, eu estava exausto.

Sem contar na dor de cabeça que eu estava ao saber que a investigação havia voltado a estaca zero em Londres. Eles haviam descoberto de alguma forma que haviam olheiros de fora, de olho, e com isso, fugiram. Pelo que eu fiquei sabendo, eles estão sempre mudando de lugar, e quando as coisas "esfriam" eles voltam, com outro nome, e de forma ainda mais discreta.

Eu já sabia que não seria fácil, só espero que um dia consigam achar esses desgraçados.

Suspiro ao ouvir o telefone tocar mais uma vez. Se for para marcar mais uma reunião eu juro que me jogo desse prédio.

"Boa noite, James Taylor."

Ninguém merece...

"Rose. O que você quer?"

"O que mais poderia querer? Você, bobinho."

"Lamento te decepcionar."

"Poxa James, faz tanto tempo que não nos vemos. Estou com saudades."

"Procura outra pessoa. Você sempre tem um plano B.

E todo o resto do alfabeto.

"Mas eu quero você, o meu plano A."

"Como eu disse, sinto muito. Já tenho compromisso pra hoje."

"Você não está com aquele ratinho assustado não né?!"

Que mulherzinha intrometida.

"Eu realmente estou ocupado agora, preciso ir."

"Eu tenho muito mais a oferecer, você sabe disso."

"Não mais." — Desligo o telefone, sem esperar respostas.

Rose não era assim. Mas desde que Isabelle chegou, ela está com essa urgência em querer marcar um território que não a pertence. Isso que dá querer ter amigos com "privilégios". Não repitam isso em casa pessoal.

Desligo o notebook e enfim saio da empresa. Precisava urgentemente de um banho bem quente pra relaxar e aliviar a tensão. Assim que chego em casa, sou recebido com um total de silêncio, nem sinal de Brandon, nem de Isabelle, muito menos daquele pulguento.

Subo para o quarto, e assim que eu abro a porta, pela luz do corredor que invadia lá dentro, a vejo dormindo. Me aproximo sem fazer barulho, e minha mão vai de encontro a pele do seu rosto, fazendo um leve carinho, só para sentir mais uma vez a sua pele macia.  Em seguida, vou para o banheiro tomando o meu tão esperado banho quente, do jeito que eu queria.

E após sair, vejo que Isabelle não está mais na cama. Visto apenas uma calça moletom e desço, indo em direção a cozinha, encontrando ela lá, abrindo a geladeira.

— Está fugindo de mim? — Falo, vendo o seu corpo dar um pequeno espasmo de susto.

— Que susto. Não estou fugindo... Só achei que você estivesse com fome...

— E estou. — Me aproximo.

— Estava preparando um sanduíche pra você.

Mais estranho do que tê-la aqui, só ela se preocupando comigo dessa forma. Não, com certeza, o mais estranho sou eu, que estou permitindo que isso aconteça.

— Não se preocupe Comigo, Isabelle.

— Só quis fazer algo para você. Você já faz tanto por mim...

Acontece que você já fez. Fodeu com a minha cabeça!

— Obrigado. — Me sento, ainda sem reação com o que estava acontecendo, vendo ela agora trazer o sanduíche em um prato.

Como é estranho ter uma mulher aqui, e fazendo essas coisas para mim. Eu sei que eu dei abrigo, e estou ajudando ela, mas o que estamos fazendo, como as coisas estão acontecendo entre a gente. Eu não sei se estava preparado para isso.

E pela primeira vez na vida eu tive receio. Receio de magoá-la, porque ela parece tão frágil, eu sinto que posso quebra-la no menor descuido. E não sei se eu queria ver isso, por mais que eu saiba que iria acontecer uma hora ou outra.

— Que se foda... — Resmungo para mim mesmo, chamando a atenção da garota.

— Está tudo bem?

— Não. — Levanto, indo em direção à ela. — Acho que irei pular o sanduíche direto para a sobremesa.

— Sobremesa? Eu não fiz nenhuma...

— Não se preocupe. Tenho tudo o que preciso bem aqui, na minha frente. — Levo minhas mãos até sua cintura, puxando-a de encontro à mim.

— Se refere à...?

— Pode apostar.

Desconsiderem todo aquele desabafo, pelo menos por hora. Eu sei, eu sei, eu sou um fodido mesmo.

Mas não podia negar que ela desperta algo em mim, e não gostaria que isso acabasse.

No fim, acho que só temos duas opções. Ou eu a contamino com a minha escuridão. Ou ela com a sua luz.

E sejamos sinceros. Acha mesmo que a segunda opção seria possível? Porque eu não.

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