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— Aqui é tão...

— Depressivo? — Tanya sugere com tom esnobe, antes que eu possa completar minha análise.

— Melancólico — suspiro profundamente  — e romântico.

— O que há de romântico em todo esse mato e chuva, Roxy Anne? — Kate, minha preferida entre as irmãs, me pergunta. É claro que ela tem que usar o apelido carinhoso e idiota que me deu. Tudo porque quando disse meu nome pela primeira vez para eles, estava tão nervosa que pareceu "Roxy Anne" em vez de "Roxanne".

— Você não entenderia — digo, batucando meus dedos em sua perna. Como estamos nos últimos lugares do carro, ela decidiu se sentar encostando as costas na janela e colocando suas pernas em cima das minhas. Eu sou a única no carro que usa cinto de segurança, mais por força do hábito do que qualquer coisa. Se houvesse um acidente, eu sobreviveria sem nem um arranhão.

— Concordo — ela dá um sorrisinho desdenhoso e volta sua atenção ao livro que está lendo: Cinquenta Tons de Cinza. Desde quando ela gosta de estudar paleta de cores?

— Já estamos chegando — avisa Carmen, animada.

Tanya bufa, mas todos ignoramos. Ela nem ao menos queria vir, já que tem uma queda pelo noivo e se sente rejeitada. E um pouquinho humilhada, já que um humana conseguiu ficar com ele e ela não.

— Ansiosa, Rox? — Eleazar me pergunta, me olhando pelo espelho retrovisor.

— Sim — respondo — mas de um jeito bom. É bom conhecer nossos parentes.

Conhecer pessoas é algo que gosto de fazer. Gosto de estar sempre cercada, o que é oportuno com o dom que tenho.

— Eles não são nossos parentes — Irina comenta, azeda. Graças aos céus que ela não está sentada ao meu lado. Sua energia ruim afetaria até meu cabelo.

— Não negue que os Cullen são muito próximos a nós, querida — Carmen a repreende — são sim como parentes. Esme é como uma irmã para mim.

— E Carlisle um irmão para mim — Eleazar completa.

— Então não há sentindo desmerecer assim esse laço tão bonito entre os clãs — finaliza a matriarca.

— Era bonita antes deles deixarem matar meu parceiro! — Irina grita, fazendo eu suspirar e Kate revirar os olhos ao meu lado.

Lá vamos nós novamente.

— Como podem chamar eles de família depois disso? — continua a loira lamurienta.

Veja só, eu não sou uma vadia sem coração. Eu consigo compreender o quão difícil deve ser para Irina, mas desde que entrei para o clã é a mesma coisa: Irina revoltada porque transformos mataram seu affair por causa da humana dos Cullen. Ela não consegue entender que os Cullen não tinham nada a ver com aquilo, afinal, nem nesse fim de mundo eles estavam! No fundo, acho que ela só quer alguém para culpar que não sejam os lobos gigantes que podem acabar com ela em segundos. É mais fácil odiar os Cullen.

— Não foi culpa deles, Irina — Eleazar diz pela milésima vez. Admiro sua paciência.

— E Laurent não era nenhum santo — Carmen resmunga.

— E qual foi o grande pecado dele, ein? Tentar se alimentar do animalzinho de estimação que os Cullen deixaram para trás? — retruca maldosamente a loira. Com isso, Kate a olha incrédula e Tanya tenta disfarçar um sorriso.

— Irina, seja qual for o seu problema com eles, você pode resolver isso outro dia — tento ser a voz da razão, o que é incomum — hoje vamos celebrar um casamento e como não é o seu, você não tem o direito de fazer cena! Finja o melhor que puder e quando a noiva for vampira, você resolve com ela mano a mano ou com o clã inteiro se preferir. Só para de trazer essa negatividade sobre nós que não temos nada a ver com isso.

amore mio | twilight حيث تعيش القصص. اكتشف الآن