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— Funcionar? — Demetri questiona, se aproximando.

— É, você sabe... Esse negócio de alma gêmea — gesticulo para nós. — Sou meio nova nisso, mas acho que demos sorte, uh?

Demetri me encara como se achasse graça de algo, pensativo.

— Você não é exatamente como eu imaginei que seria — diz por fim.

Imediatamente minha ansiedade diz olá e meu poder anseia sufoca-lo com desejo. Seguro tanto que é desconfortável.

— Então é um romântico? Sonhou com a pessoa perfeita até agora? — Forço um sorriso, recuando para tentar me controlar melhor — sinto muito decepciona-lo. Eu acho que levaria mais que meus meros vinte e quatro anos para me tornar interessante aos seus olhos.

Ele torna tudo mais difícil enquanto se aproxima.

— Querida, você é interessante do jeito que é — diz suavemente. Imediatamente vou relaxando. Ele gosta de mim — eu não mudaria nada.

Ah, isso porque não convive comigo...

— Você ainda não viu nada — rio nervosamente.

— E nem você. Espero que não fuja quando ver tudo — retruca, colocando uma mecha do meu cabelo para atrás e então deixando a mão em meu rosto.

— Não sou de fugir — sussurro, completamente rendida por ele. Como pode olhos vermelhos serem tão magníficos? Hipnotizantes? Eu achava os meus sinistros nos primeiros meses, nem me olhava no espelho.

— Bom — continua — porque eu te encontraria de qualquer jeito.

— Porque você tem um dom. Rastreador, certo? — Lembro das fofocas pré confronto com os Volturi.

— Sim. E caçar você... — Se aproxima mais ainda, nossos narizes quase se tocando. — Seria a melhor caçada de todas.

Um arrepio sobe por minha coluna. E não é de frio, obviamente.

— Vou manter isso em mente — a ideia de ser caçada não parece agradável, mas de o caçador for ele... Talvez seja interessante. Como um jogo.

— E eu vou manter você em mente — e com essas palavras, ele se afasta sem tirar os olhos dos meus. Quando chega a porta e pisca sorrindo enquanto sai, caio na real.

Espera aí, não vai rolar beijo?

Dou um passo para frente automaticamente, mas me seguro. É como diz o pagode, deixa acontecer naturalmente... Nosso primeiro beijo não precisa acontecer agora. Especialmente não agora. Todos em clima de luto, inclusive eu. Temos a eternidade.

Temos todo o tempo de mundo.

DIAS DEPOIS

— Tudo bem, Tanya? — Carmen quebra o silêncio que estava sendo feito há horas. Estamos a caminho da casa dos Cullen novamente, correndo a toda velocidade até nossos primos. Ainda estamos de luto, é claro, mas após vários pedidos, achamos melhor passarmos um tempo em Forks para nos distrair. Ficar em casa só nos lembrava de Irina e lembrar de Irina nos deixava em um humor de merda. Principalmente as irmãs Succubus.

— Engraçado você perguntar — responde a loira com acidez.

Carmen respira profundamente, provavelmente pedindo paciência à todos os santos que acredita. Troco um olhar com Demetri, que me lança um olhar solidário.

O Volturi ainda é um enigma para mim. Eu sei que não poderia desvenda-lo em um dia, mas caramba! Ele é complexo demais! Gostaria de me aproximar mais intensamente, entretanto ele é reservado. Silencioso. Sempre observando ao redor com atenção e propositadamente passando despercebido com uma facilidade assustadora. É interessante o quão rápido é em identificar exatamente o que o outro quer, deixando todos encantados. É como se ele fosse um globo espelhado, refletindo aquilo que querem ver. Prendendo a atenção, conquistando a confiança...

amore mio | twilight Where stories live. Discover now