Capítulo 30 - FaceTime

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Danya

Os dias passavam tão lentamente que eu parecia delirar, meu pai se casou com Samanta e eu tive o desgosto de estar presente na igreja.

— De qualquer forma obrigado por vim.— Meu pai falava como se soubesse que imaginei-me faltando esse evento.

– Sem problemas.

—Achei que seria necessário te falar que vou adiar o batismo das suas irmãs.

Como se não bastasse Ana, meu pai engravidou Samanta de gêmeas, jamais terei um irmão?.

Patético.

Podes me explicar o porquê é necessário me falar isso?— cruzei os braços encarando Kruzin.

— Eu nunca conversei com você sobre seu relacionamento com Daniel, não acho que seja da minha conta se você o ama.— suspirou disfarçando os olhares estranhos dos demais homens e mulheres que ele havia chamado para sua festa de casamento.— Não vou te dizer se acho certo ou errado, não é da minha conta, só quero que saibas tem meu apoio, e quero que os dois apadrinhe minhas filhas.

Muitas coisas se passaram por minha mente, eu odiei esse homem por todos os anos da minha pequena existência.

Como tens coragem de confiar suas filhas a alguém que mal consegues olhar para seu rosto sem querer esmurra-lo.

— Você sabe que é algo para todo vida, eu não acho que serei um bom padrinho.

— Eu errei muito com você...— pegou uma bebida com o garçom que passou ao nosso lado.— Não é por querer perdão, é por querer que meu filho perceba que eu mudei e o amo independe de ser recíproco ou não.

—Fico grato por isso.— falei o abraçando de ombro, com certeza esse toque foi o mais paterno que tive em vários anos.— Falarei com Dani quando possível, ano que vem seremos padrinhos das pequenas.

Samanta se aproximou com um longo vestido branco justo no corpo, parecia ser aquelas personagens com um final feliz em filmes americanos, suas tatuagens amostra e a barriga começando a apontar me davam um ar materno.

— Espero que ele tenha aceitado.— falou colocando sua mão no ombro de meu pai.

— Aceitei.

Os dois sorriam um para o outro, os flashs que eu tinha com minha mãe de alguma forma voltavam ao vê-los tão próximos e felizes, minha mãe jamais saberá como é o senhor Kruzin nessa nova fase.

Me afastei dos dois indo até o pequeno jardim que tinha naquele espaço de festas, o salão era bem decorado com flores brancas e amarelas, um casamento simples porém elegante.

Sentei-me em um banco de ferro e olhei  aos céus pedindo por chuva, pedindo para sentir alguma coisa, meu oxigênio parecia ter acabado, minha mente foi longe buscar às poucas memórias que restavam de minha mãe.

— Sinto sua falta.— falei baixo ao fechar os olhos, minhas lágrimas surgiram apesar de meu esforço para segura-las.

A água da chuva tocou meu rosto levando minhas lágrimas junto a ela, levantei-me ao perceber os trovões, corri até o estacionamento e entrei em meu carro.

Peguei meu celular enxugando a umidade em minha blusa, olhei para tela tentando atender o facetime do Daniel.

— Não devias estar no casamento do seu pai ?— Resmungou.

— Não devias estar na faculdade?— lhe perguntei irônico.

— Não mude de assunto.—Dani estava deitado com os cabelos molhados, e eu por um momento de deslize imaginei seu cheiro se espalhando em meu corpo.— Você tá bem? tá meio pálido.

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