capítulo 5 - Não tenha medo

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Danya

Os dias passavam devagar, Daniel estava a cada dia mais difícil de lidar, não aceitará meus convites para pubs ou festas.

Tem me deixado maluco o fato de não querer pegar meninas por estar apaixonado, és incrível que meu melhor amigo não confias em mim o suficiente para me dizer quem é a pessoa de grande sorte.

Entrei na sala de aula cansado e desejando que tido acabasse, direito não é para mim, faço apenas para agradar quem vive em minha volta.

— Com sono Danya ?— Ezequiel se sentou em minha frente.— Espero que não se importe, falei com a coordenação e pedi transferência para sua turma.

Joguei minha cabeça sobre a carteira e desejei-me a morte mais rápida possível.
Dani entra pela porta e vê seu lugar ocupado por Ezequiel, se apressa e se senta atrás de mim.

Minha salvação acabará de chegar !

— Fizestes o dever de semana passada?— Daniel me perguntou sussurrando.

Neguei com a cabeça e me desesperei, virei-me rapidamente e agarrei o caderno de anotações de Dani.

— Preciso disso urgente.— ele tentou me impedir, estava branco como múmia e puxava o caderno de minha mão.— Será rápido!— puxei rapidamente e me virei.

— Danya é sério, eu dito as questões para você, devolva meu caderno.

Dei de ombros e abri o caderno de capa colorida, folheei as páginas até achar um pequeno papel amarelo grudado em uma folha totalmente branca.

" Sim, prefiro ser amante do que lutador.
Porque toda a minha vida, tenho lutado.
Nunca senti uma sensação de conforto.
E todo esse tempo, estive me escondendo.
E eu nunca tive alguém para chamar de meu.

- Será tarde para nós Danya, não tive coragem de lhe contar "

Eu fiquei um tempo raciocinando, tudo fazerá sentido ao me deparar com um pequeno coração colorido desenhado ao lado das escritad, Daniel é gay?

Às explicações caíram como toneladas na minha cabeça, ele não se interessa por mulheres, por isso sempre se irritava com meus pedidos estranhos para ficar com Anyta.

— Preciso que me devolva isso, é pessoal Danya, não deve ficar metendo seu nariz onde não é chamado.— Ele pegou o caderno de minha mesa me deixando sem reação alguma.

Saiu da sala rapidamente agarrando sua mochila, trombou com nosso professor na porta e derrubou todos os papéis que ele vinha a trazer.

Sem ao menos pedir desculpas saio da sala, o professor recolheu seus papéis sem entender e deu um bom dia sem graça para os alunos.

Eu devia me levantar e ir atrás de Daniel? Eu devia, claro, mas como? eu não consigo nem raciocinar tudo que acabei de ler.

— Acho que você magoou o coração do pequeno Dani.— Ezequiel riu enquanto fazia um coração se partir com as mãos.

Levantei-me, deixei para trás até minhas canetas, olhei para o professor e silabiei um " Desculpa", sai daquela sala procurando por Daniel.

[...]

Voltei para casa, não sabia mais onde procurar por Daniel, eu estava disposto a conversar com ele, não será nada fácil.

Imaginei nós, juntos, será um delírio lindo, não chegará a se realizar, não aqui na Rússia, é impossível.

Joguei me na cama suspirando, meu celular estava a se encher de mensagens, tive um bom resultado com um vídeo postado com Daniel.

Revi aquele vídeo algumas poucas vezes, e a cada uma percebi o olhar de Dani para mim, soltei um sorriso sem graça, logo percebi que não era só ele que se encantou pelo melhor amigo.

Meu celular tocou, apressei-me a atender, era uma vídeo chamada, e era Daniel.

— Preciso te dizer, não precisas se afastar, eu odeio-me, odeio sentir essas coisas, eu não queria ser assim.— ele parecia devastado, meu coração se apertou logo que lágrimas escorreram pelo seu rosto.

— Não tem motivos para pensar isso Daniel, eu jamais me afastaria.— falei convicto.

Eu sentia uma necessidade grande de lhe abraçar agora, não consigo imaginar como deve ser não poder se assumir.

— Eu sou doente?— sua cara transbordava dor, e eu não pode aguentar essa pergunta.

Nosso país, um lugar que devia nos acolher fez de meu amigo uma pessoa que não consegue se encontrar dentro do seu próprio corpo.

—Não diga bobagens, você é a prova de que o amor não significa gêneros.

— Estou com medo Danya, eu não quero que se sinta estranho por ter um amigo gay.— falou se recuperando do choro.

— És meu melhor amigo, sabes bem disso né ?— Alguns minutos se passaram e Daniel se mantinha calado só me observando— nada mudará, não tenhas medo! Me espere na porta do seu prédio, estou a caminho...

Atração Perigosa ⛓🚭Where stories live. Discover now