XXII. Primeiro dia

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Haviam quatro pessoas na sala, três deles usavam um robe preto e um capuz que cobria o rosto, uniforme comum dos comensais, apesar de Harry saber que eles não eram, todos haviam sido presos agora, mas existia um grupo que se intitulava "novos comensais", eram formados de filhos dos comensais antigos, ou famílias que conseguiram fingir ser neutras, apesar de terem apoiado o chamado Lorde das Trevas.

Como um auror, Harry havia lido sobre eles, antes pareciam apenas filhos mimados na fase rebelde, pequenos casos de feitiços bobos em trouxas, ou agressões em nascidos trouxas, nenhum dano sério, nenhuma morte. Não pareciam ter um alvo ou objetivo. Era difícil saber quantos ou quem, pareciam apenas pequenos grupos espalhados que acabaram descobrindo um interesse em comum de violência. E então se mostraram mais perigosos do que o previsto, como prova, causaram a morte de Lucius Malfoy. O caso não repercutiu, foi tudo abafado com a desculpa de ser uma morte natural, mas os poucos aurores que trabalhavam no caso sabiam que não. E então houve um atentado contra Blaise Zabini.

Harry via a ligação dos dois casos claramente, mais do que mostrarem a força, seja apenas uma pequena parte ou todos esses "novos comensais" estavam atrás de Draco Malfoy. Potter cansou de falar isso nas reuniões, mas ninguém lhe dava ouvidos, ele era apenas o cara jovem e imaturo, cujo único motivo de poder ir em reuniões importantes era porque lutou contra Voldemort.

Ninguém acreditou nele, e agora não só a vida de Draco estava em perigo, mas a de Ted e do próprio Harry.

Dos quatro novos comensais que estavam lá, o único que deixou seu rosto amostra era Vincent Crabbe, que estava sentado, sorrindo, mas o olhar afiado de Harry capturou o medo naquela expressão arrogante, ele não esperava que os achassem tão rápido, ou pelo menos, não contava com a presença de Harry Potter.

Crabbe percorreu o lugar inteiro com os olhos, parecia estar com a mente distante, reformulando seu plano de acordo com os acontecimentos e recalculando, então deu um sorriso, mostrando que havia conseguido, se era apenas um blefe soube disfarçar bem quando voltou o olhar agressivo para Malfoy.

Harry tinha muitas perguntas, mas não era como se houvesse tempo. Estava com a varinha em mãos, mas sinceramente, não fazia ideia do que fazer. Teddy não estava em nenhum lugar, de fora o barulho parecia vir daqui, mas agora parecia abafado do lado de fora e o sapato que supostamente deveria os levar a Teddy estava apoiado sobre uma pequena mesa de centro com apenas uma bola de cristal ao lado.

Todos pareciam em posição de luta e foi quando Draco se recuperou da surpresa e consertou sua postura, abaixou a varinha que antes brilhava pelo feitiço de iluminação, copiando seu movimento, Crabbe também abaixou a varinha seguido das duas figuras pretas atrás dele, porém, uma continuou apontando a varinha na direção de Draco e Harry, então Harry resolveu apontar na direção dela.

— você está vivo, que incrível - Draco sorriu, de um jeito que parecia relaxado, mas ele só sorria assim quando estava nervoso e Harry sabia.

— mesmo depois de ter me deixado pra morrer eu consegui sobreviver, realmente incrível - ele sorriu ficando de pé.

A voz de Vincent era uma mistura de sarcasmo e raiva, conforme ele deu dois passos para frente, Harry direcionou sua varinha em uma posição de alerta, e então o outro apenas levantou as mãos provando que não estava segurando uma varinha, mas a expressão sorrateira deixava claro que não tinha boas intenções. Por causa da vestimenta bruxa de Crabbe, quando ele levantou as mãos, a manga que cobria seus braços caiu um pouco e revelou uma grande queimadura que começava na mão e subia até o antebraço. Harry engoliu seco quando lembrou de Crabbe na sala precisa em fogo, era algo que não havia pensado muito, nem se lembrava daquela cena até vê-lo de novo.

Teddy é meu! • DrarryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora