Teddy é meu! • Drarry

IV. Pesadelos

A casa estava pacífica naquela noite, segundo os cálculos de Draco, Teddy só acordaria em três horas ou mais, porém, a mente do loiro não o deixava descansar, depois de revirar na cama por muito tempo desistiu de dormir e resolver comer algo e ler até sentir sono, já que infelizmente a poção do sono tinha efeitos colaterais muito fortes e Draco não se sentisse bem, a usava em última das últimas opções.

Para chegar a cozinha deveria obrigatoriamente passar pela sala, onde estava Harry Potter, aquele Grifinório idiota com aquele olhos de esmeralda, Draco odiava. Talvez não o homem em si, mas tudo o que ele o lembrava - o passado, a parte mais sombria de Draco - mais do que isso, o que ele representava - o garoto que mandou seu pai para a cadeia, o garoto-que-sobreviveu, o lado da luz, a esperança -

Enquanto Draco havia perdido tudo naquela guerra, acreditava que Harry só havia ganhado mais glória, se tornando ainda mais admirado e esnobe, o grande, santo e intocável Harry Potter. Ou era isso que ele achava, todos esses pensamentos desabaram quando ele viu o moreno encolhido no sofá se debatendo desesperadamente, parecia que estava tento um pesadelo, ou uma convulsão, Draco não fazia ideia. Antes que Draco tivesse uma reação Harry começou a balbuciar frases soltas.

— ele retornou... Voldemort... ele matou... mãe! - sua voz saia sôfrega, parecia que estava chorando, mas era difícil saber se existiam lágrimas em meio ao suor.

— Potter, isso não tem graça. Você vai acordar o Teddy. Pare com isso! - Draco falava enquanto se aproximava hesitante.

— Eu não queria uma guerra... aconteceu... Sirius... todos morreram... eu... tenho que lutar e morrer...

O loiro se convenceu de que ninguém poderia atuar tão bem assim, e Harry não brincaria com a morte de seu padrinho. Em uma rápida reação ele subiu em cima de Harry segurando os braços dele com as mãos e colocando as pernas sobre as dele, apesar de invasiva parecia o melhor jeito de imobiliza-lo. Sabia que seja lá o que fosse se Potter continuasse se debatendo assim ele poderia se machucar.

— Potter, acorde! - sem conseguir mais se debater e com o grito sobrepondo os dele os olhos de esmeralda se abriram assustados.

— Malfoy? - ele estava desnorteado e sua respiração era ofegante.

— o que raios estava acontecendo com você? - o loiro não conseguiu se conter e o moreno enrijeceu abaixo dele, não queria responder.

— apenas pesadelos - ele tentou fingir que era algo normal, mas nem mesmo ele acreditava nisso, estava assustado demais para pensar em uma boa desculpa. Aquele sonho parecia tão real, algumas partes era realmente memórias.

— apenas pesadelos? Parecia que você estava convulsionando e algo me diz que essa não é a primeira vez. Você precisa se cuidar, não faz sentido ter um corpo saudável se a sua mente está destruída.

A sala era escura, apenas iluminada pela luz da rua que entrava pelas janelas da casa, mas não eram o suficiente para conseguirem ver o rosto um do outro claramente.

— você vai continuar em cima de mim por mais tempo ou... - Draco ainda estava de quatro por cima de Harry e em um pulo saiu de cima do outro e tentou se recompor.

— de qualquer jeito, você deveria ir em um médico e se tratar, talvez alguma poção para pesadelos, ou uma para dormir... talvez uma poção calmante- Draco começou a tagarelar visivelmente desconfortável.

— preocupado comigo, Malfoy?

— você queria! Eu só não sei o que iria fazer se você de repente morresse.

— então não quer que eu morra, admita que está preocupado. - Harry carregava um sorriso sarcástico, mas seus olhos estavam abatidos.

— não entenda mal, não me importo com você, mas se achassem seu corpo eu com certeza vou ser o suspeito número um e eles estão loucos para me colocar em Azkaban.