XIII. Meu lar

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Mais cedo naquele dia, Harry havia ido ao pequeno apartamento de Hermione, sabendo que lá encontraria Ron também. Gentilmente convidou os amigos, dessa vez eles já sabia sobre Malfoy e prometeram tentar ser um pouco mais gentis depois de saberem que ele supostamente havia mudado. Contudo a incerteza ainda brilhava nos olhos deles, não era que não confiavam no julgamento de Harry, mas ele sempre foi um tanto difícil quando o assunto era Malfoy, sempre em extremos e tão intensos. Não tinha como simplesmente aceitar que de repente eles eram melhores amigos e criavam uma criança juntos.

— bem, nós brigamos... muito. Mas somos mais maduros agora, nós conversamos e fazemos as pazes, sem agressão física - Harry parecia orgulhoso.

— hum, certo, isso é bom - Hermione tentava achar as palavras.

— é, eu prometo ser legal, contanto que ele não me irrite demais. Mas eu não vou surtar como meu pai, aliás, vá na toca depois, ele quer falar com você e Draco -ao perceber o olhar hesitante do amigo o ruivo completou — para se desculpar.

— ele é legal quando vocês o conhecem. Ok, ele continua meio babaca, e ele é um mimadinho e sempre quer estar certo, além de ter uma crueldade especial. E meu deus, ele sabe fazer comentários desconfortáveis e maliciosos...

— cadê as qualidades? - Ron perguntava um tanto horrorizado.

Ele já havia entendido, por algum mistério que era complexo demais para sua mente, Harry se interessava por Draco. Isso era tolerável; morar com ele: não; falar sobre ele sorrindo daquele jeito que Harry estava fazendo: não; aquilo não era suportável, era uma tortura.

— Draco é meio veela - ele afirmou com uma certeza assustadora.

— er, por que acha isso, Harry?

— não é a única explicação? Digo, ele tem um encanto que só pode ser sobrenatural.

Os namorados se entreolharam claramente desconfortáveis.

— Harry-

— não, sério. Eu passo o tempo todo pensando nele e meu coração disparou completamente quando ele chegou perto e nós-

— aaah, muita informação - o ruivo cobria o ouvido e se curvava colocando a cabeça entre as pernas parecendo próximo a ter um ataque.

— eu não quero ouvir isso tanto quanto você não quer ouvir sobre eu e Ron.

— mas eu e Malfoy não-

— claro Harry, o que você preferir acreditar - Hermione cortou a conversa sabendo que ninguém estava pronto para aquilo. Seja porque ainda odiavam Malfoy, ou porque o próprio Harry parecia não ter dado conta de seus sentimentos.

— bem, só não esqueçam que prometeram. Sejam legais e deem uma chance pra ele. Tentem não se irritar.

Naquele momento ele pareceu pensar seriamente sobre seus sentimentos, e logo depois se despediu dizendo que iria voltar logo para casa, mas ainda havia algo distante em seu olhar, ele parecia realmente confuso com o que havia ouvido.

...

— por favor, só finja ser um ser humano descente por uma hora.

— eu sou muito descente - o loiro respondeu afetado, por mais que não quisesse deixar transparecer.

Draco se apoiou no balcão da cozinha de contorcendo em desgosto tentando chamar a atenção de Harry que estava focando toda sua concentração para cozinhar.

— claro, foi uma escolha ruim. Eu quis dizer simpático, hum? - o moreno testou a palavra, mas não parecia realmente se importar e Draco debateu entre continuar ou não o drama.

Teddy é meu! • DrarryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora