Teddy é meu! • Drarry

V. Silêncio

Os corredores estavam cheios de pessoas andando de um lado para o outro, concentradas demais para notar que o famoso salvador do mundo bruxo estava andando entre eles, não que Harry achasse ruim, na verdade, isso era um alívio. Depois que conseguiu encerrar o assunto sobre a guarda de Teddy, mesmo que não tenha acabado do jeito que esperava, Draco poderia continuar perto de Teddy e isso era o mais importante, mas então havia outra coisa, o loiro continuou na sala com o ministro para discutir sobre seu estágio no St. Mungus. Parecia muito pessoal e não havia nenhum motivo para ficar ali, então depois de um olhar de Draco ele entendeu, deveria sair.

— Harry, o que faz aqui? - Hermione estava diferente do usual, com o cabelo todo bagunçado e parecendo com dificuldade para segurar toda aquela quantidade de papel, trabalhar, estudar e ainda ter tempo para Ron e a família Wesley deveria ser complicado.

— vim resolver algumas coisas sobre Teddy, precisa de ajuda?

— se não for incômodo, faz tempo que não conversamos também, me ajude a levar as coisas para a sala e explique melhor essa história.

Assim a mulher dividiu a pilha de papelada em duas e entregou uma para Harry, que foi tentando explicar do melhor jeito possível que agora iria morar com o cara que atormentou eles no colégio, além de ser comensal e um loiro metido preconceituoso que já falou coisas horríveis sobre Hermione. E então, Potter se lembrou de quem realmente era Malfoy, ou pelo menos o que ele foi nos tempos em Hogwarts, entretanto queria acreditar que ele havia mudado, aquele Malfoy nunca seria tão dedicado a uma criança filho de um lobisomem.

— só estou fazendo tudo isso pelo bem do Teddy. - ele disse isso mais para si mesmo.

— ah, achei que finalmente haviam se acertado.

— eu e Malfoy? Bem, estamos suportando a presença um do outro sem destruir o lugar ou se matar, já é um progresso.

— é, eu não poderia imaginar que você iria conseguir isso, acho que eu mesma não iria.

Eles ficaram em silêncio, colocando as pastas calmamente na mesa de Hermione, ela se sentou na cadeira e Harry se apoiou na mesa, criando coragem para dizer o que queria.

— de qualquer jeito, você sabe que ele está querendo uma vaga no St. Mungus, não é? - ele falou tentando soar casual.

— ouvi falar, mas acho difícil, o St. Mungus só aceita os melhores dos melhores e ele tem que ser ainda mais acima da média porque - a mulher hesitou, por algum motivo ela sentiu que Harry não iria gostar de ouvir a ofensa ao loiro, mas não pensou muito nisso quando reformulou — precisa preencher algumas lacunas.

— ele é bom, você sabe disso. Ele perdia pra você em algumas coisas, mas tinha boas notas.

— uau, nunca pensei que iria viver para ver você defender o Malfoy - ela não parecia realmente interessada no assunto, organizando as pastas por ordem de importância, mas deu um sorriso.

— não estou defendendo ele, apenas o que é certo. Impedir ele de fazer o que ele é bom só por causa de erros do passado não é justo. Ele seria um excelente medi-bruxo, eu sei disso.

Hermione sorriu ainda mais, dessa vez levantou a cabeça para analisar o amigo, depois apenas balançou a cabeça como se cantarolasse, definitivamente estava certa, Harry não iria gostar de ouvir uma ofensa à Malfoy e incrivelmente estava o defendendo, algo havia acontecido naquele final de semana e por mais que negassem com certeza tinham se entendido melhor.

— nenhum de nós pode fazer nada.

O moreno suspirou e chacoalhou a cabeça, essa resposta era ainda mais frustrante. E ficou duplamente frustrado por não entender o porquê de se importar.