XI. Varinha mágica

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Harry abriu seus olhos lentamente enquanto se ajustava a claridade do quarto, mesmo com a cortina fechada a luz inundava o lugar. Contudo, teve uma surpresa quando foi esticar o braço para alcançar seus óculos redondos sobre a cômoda, sentiu um peso em seu peito, no sentido literal. E olhando para baixo viu a cabeleira loira, não teve tempo para pensar, em um movimento de reflexo, jogou o corpo pálido com mais força que o necessário e se esqueceu de um pequeno detalhe; Malfoy estava não estava dormindo do lado da parede, mas já era tarde demais, a única coisa que ouviu foi o baque do corpo no chão seguido de um gemido de dor.

— seu trasgo! - Draco levantou com uma expressão raivosa, Harry já havia enfrentado muitos monstros e coisas assustadoras até aquele ponto de sua vida, mas definitivamente havia algo demoníaco naquele belo rosto com uma expressão tão mortal.

— desculpe, é que você está deitado...e eu acordei-

— já entendi, Potter - apesar da situação, o moreno teve que fazer um grande esforço para não explodir em gargalhadas. Depois da raiva suavizar ele parecia o mesmo garotinho de Hogwarts, mas no lugar de cabelos perfeitamente arrumados com gel, havia um 'ninho de ratos', como ele gostava de chamar o cabelo de Harry.

— espera, se estamos juntos, então onde está Teddy? - ele olhou preocupado para Draco que parecia estranhamente calmo — você estava acordado.

— e você está louco - ele rebateu rapidamente — meu maior sonho era dormir agarrado ao seu corpo grudento e suado, com certeza, estou radiante de felicidade, Potter - Malfoy falou com raiva e sarcasmo.

Era verdade que havia acordado e notado Teddy passando por cima de si, mas depois de ver que ele não foi em direção as escadas, resolveu fazer o que Astoria aconselhou, já fazia tanto tempo que moravam juntos e Draco nunca aproveitou nada, por isso se aproximou de Harry, mas não podia imaginar que ele iria o puxar para deitar em cima de si. De qualquer jeito, não foi tão confortável assim e não valeu a pena pela queda que levou no empurrão de manhã, não era um bom jeito de acordar.

A rotina da casa continuou, Potter fazia o café da manhã e Draco arrumava Teddy. E como sempre, quando o garotinho descia as escadas - segurando a mão de Draco - ele chamava por 'Hawwy' ou apenas dindo, mas o moreno já não estava mais lá.

— fala sério, em pleno sábado... - Draco murmurou irritado, aquele idiota trabalhava demais, um dia ia desmaiar porque seu corpo não aguentava.

Para piorar seu humor, notou que o chá que estava bebendo foi servido em uma caneca da grifinória, provavelmente porque não haviam mais caneca limpas, já que nenhum dos adultos se disponibilizou a lavar a louça e os dois eram teimosos demais para ceder. O loiro debateu rapidamente o que era pior e decidiu que não iria lavar uma caneca sequer, e tomou o chá tentando ignorar aquele leão ridiculamente dourado estampado nela.

———————

— o que caralhos estamos fazendo aqui? - Draco se aproximou do ouvido de Harry para não deixar o menino que segurava nos braços.

— um pedido de desculpas.

Os dois adultos, Draco segurando Teddy no colo e Harry ao seu lado direito, estavam andando lado a lado pela área comercial mais movimentada da Londres bruxa, conhecido como Beco Diagonal. Não havia nenhum feitiço para disfarçar ou sequer um chapéu, apenas roupas de inverno casuais. E assim que notaram o vislumbre de Harry toda aquela multidão parou as compras para dar lhe atenção, seja com um breve comprimento, um pedido de autógrafo, segurar as mãos e até pedindo para segurar os filhos, crendo que eles seriam abençoados pelo salvador. Talvez tudo aquilo tivesse ofuscado o fato de que havia um comensal do lado dele e Draco aproveitou aquela distração para fugir, porém, como se lesse sua mente, Potter agarrou seu braço sem nenhuma delicadeza e o puxou para longe da aglomeração pedindo desculpas e dizendo que estava com pressa.

Teddy é meu! • DrarryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora