Capítulo VI

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Cora já havia vindo me buscar para me levar ao jardim, ela dizia que era bom para mim sair daquele quarto, e claro como sempre, ela trouxe algo pra mim.

- Fiz esse suco pra você. - disse ela me dando, era de maracujá, pude sentir facilmente o aroma. Tomei tudo, porque maracujá eu não tinha como rejeitar. Vi Nate vindo a minha direção. Ah não. Ele vinha com uma blusa branca e com as mangas arregaçadas até os cotovelos, seu cabelo estava desgrenhado e suas bochechas estavam rosinhas como se estivesse pegado um sol. Quando ele se aproximou vi que estava melado de areia.

- Que bom que você saiu daquele quarto. - disse ele se abaixando e mexendo na areia. -Consegui traze-la. - disse Cora.

- O que você está fazendo? - perguntei.

- Estou preparando a terra para plantar. - ele disse e eu fiquei o observando fazer aquilo. Cora pegou o meu copo e o levou para cozinha.

- Olha só. - disse ele pegando uma mudinha na sacola que estava no chão. - São lírios-da-chuva. - ele cavou um buraco e delicadamente colocou a muda lá, depois fechou o buraco batendo levemente na areia. - Estes lírios só florescem depois de uma boa chuva, por isso significam recomeço. Eu plantei pra você, plantei o recomeço da sua vida. - ele disse olhando nos meus olhos alguns segundos.

- E se eu não quiser recomeçar?

- Eu acho que está na hora de você passar da fase negação.

Por que isso importa pra você? Por que minha vida importa pra você? Você não pode simplesmente fazer sua pesquisa, ir embora e me deixar em paz?

- Porque parece que você não tem forças pra lutar.

- Eu não quero sua ajuda! Eu não te conheço e nem quero conhecer! Eu não gosto de você! - eu gritei e virei minha cadeira para ir embora.

AlvoradaWhere stories live. Discover now