Capítulo XXIII

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- Mostrei pra ela o nosso álbum de novo e ela chorou, Mels. - disse Austin, me contando como foi a visita que ele fez a mãe depois dela ter melhorado. - Falei de você também. - continuou ele.

- E o quê você disse sobre mim?

- Que você é minha amiga, que sempre me ajuda e deixa eu brincar na sua cadeira. Ah e que você desenha muito mal. - disse ele sorrindo.

- Não desenho mal, eu melhorei.

- Não Mels, você desenha tão mal quanto o Nate cozinha bem.

- Ele não cozinha bem? - perguntei sussurrando.

- Por que você acha que eu sou magro? - perguntou ele e eu sorrir. - É horrível quando a Rosa não está lá em casa.

- Do que você está reclamando aí, hein? - perguntou Nate sentando no sofá.

- Seus dons culinários. - respondeu Austin.

- Ah, sim. Já contou a ela sobre minha lasanha? É ótima! -disse Nate, batendo a língua no céu da boca.

- Lasanha pronta. - murmurou Austin baixinho pra mim.

- Ora Austin, não reclame! Não é tão ruim assim.

- Quem fala isso é a Anne, só sabe te babar! Quando a gente chegou no hospital hoje, aff! Ela veio correndo toda melosa abraçar ele. Ela é tão babona Mels, que comprou sorvete pra mim, pra me manter de boca fechada, claro.

- Austin... - Pediu Nate.

- É verdade, só pra ela começar aquele velho discurso... "Nate, se nós tentássemos de novo..." Ah, isso é chato demais!

- Nós já conversamos sobre isso. Não vai acontecer de novo. - argumentou Nate.

- O quê? Quantas vezes vocês já conversaram sobre isso? Eu acho que ela é doida.

- As pessoas ficam assim quando estão apaixonadas, Austin. Ela não aceita perder o seu irmão. - eu disse tentando não olhar para a expressão de Nate.

- Ficam assim? Idiotas né? Não quero ficar assim quando crescer. Quando eu crescer eu vou ser astronauta, Mels! Viajar o espaço todo, se quiser eu te levo comigo.

- Eu adoraria.

****

Ultimamente eu passava mais tempo tocando piano. Como eu pude um dia deixar de tocar? Fazia tão bem a alma, me fazia esquecer momentâneamente os meus problemas, minhas cicatrizes deixadas no decorrer da vida.

Era começo de tarde quando meu pai chegou com Livia, ela estava radiante, com um vestido marrom na altura do joelho e os cabelos soltos arrumados de uma maneira intrigante.

- Olá Melinda. - cumprimentou ela e meu pai sorriu para mim.

- Oi, Lívia.

- Eu vinha antes conversar com você mas tive alguns problemas do casamento pra resolver. - disse ela.

- Conversar comigo?

- Sim, eu e seu pai pensamos em te convidar... ,bom só se você quiser claro, para ser uma das madrinhas do nosso casamento.

- É claro que ela quer! - exclamou meu pai sorridente. Era a primeira vez, depois da mamãe, que ele fazia uma festa de casamento, o que me fez pensar que ele realmente a ama de verdade.

- Ahh... eu... nem sei o que dizer. -gaguejei meio perdida.

- Diga que aceita. - pediu Lívia, seus olhos brilhavam de ansiedade.

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