Capítulo XX

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Nota da autora: Oiiie gente, sei que fiquei um tempo sem postar, me desculpem. Eu fiquei doente e só agora consegui revisar e postar. Obrigada por lerem, espero que gostem!

**Nate**

E lá estava eu, pensando na Melinda outra vez, e ultimamente era só isso que se passava na minha cabeça: Melinda. Eu sabia que não deveria pensar tanto nela, mas era inebriante, eu não conseguia evitar. Eu sabia que isso traria problemas pra mim, eu sabia que não era certo, muito menos ético da minha parte, mas o que eu poderia fazer? Ela invadia meus pensamentos de tal maneira que roubava meu sono.

Melinda me atrai da forma mais pura e singela que um homem pode se atrair por uma mulher. Não era a beleza incogitavel que ela tinha, era algo a mais, algo na alma dela, no olhar, eu queria protegê-la, eu queria cuidar dela como se fosse a coisa mais preciosa que eu tenho.

Eu rir daquele pensamento. Quem diria hein? É, talvez eu esteja finalmente descobrindo o que é amar. Será que amar é isso mesmo? Será que amar é fechar os olhos e a imagem da pessoa invadir seus pensamentos? Será que amar é querer estar sempre perto? Será que amar é querer proteger a pessoa de qualquer coisa que tente magoá-la? Se as respostas forem sim, então só me resta constatar que: Estou ferrado. Estou desastrosamente apaixonado por Melinda.

Suspirei fundo preocupado. Eu sabia que não deveria ter tentado beijá-la, mas de repente ela estava na minha frente totalmente desarmada, eu não contive minha vontade, não escutei minha consciência que dizia não o tempo todo, eu queria tê-la em meus braços.

Que droga! Eu poderia me apaixonar por tantas, por que logo ela? Não faz sentido algum.

- Nate? - chamou Austin deitado na cama segurando o carrinho que mamãe havia dado a ele no seu último aniversário antes de ser internada. - Você conhece o Travis?

- Não. - respondi, surpreso pela pergunta que veio do nada. Mas que droga de pergunta é essa? De onde ele desenterrou o Travis? Ah, o que esperar do Austin? Ele é imprevisível.

- Por... - deu uma pausa para tossir. - Por que ele nunca veio aqui?

- Austin..., o Travis morreu há dois anos. - eu disse e ele franziu o cenho.

- Então a Melinda é noiva de um fantasma? Tipo a noiva cadáver? - perguntou ele e eu rir, não consegui evitar, dessa vez ele se superou.

Passei a mão na testa dele para ver se a febre havia baixado, e vi que havia baixado consideravelmente.
- Acho que sim. - respondi e ele ficou me olhando assustado, eu sabia que ele tinha acreditado, sua cara de medo era hilaria. - Austin... descanse. - mandei, ajeitando seu travesseiro e ele voltou a olhar o carrinho e eu voltei para os meus pensamentos.

Eu realmente estava sentindo algo por Melinda? A verdade era que quando nossos olhos se encontram eu perco a noção do tempo e do espaço e tudo o que eu vejo é ela, seus olhos que antes clamavam por socorro, eu amo eles, seus lábios rosados e minuciosos, como eu anseio em tocá-los! Eu amo o jeito que suas maçãs do rosto se movimentam em um sorriso que custei tanto para conseguir ver, amo o cheiro de baunilha que tem o cabelo dela.

- Nate! - chamou Austin novamente, joguei um olhar pra ele, que piscou e prosseguiu: - Ela não pode, ele morreu.

- Austin, esquece isso.

- Ela o ama muito?

- Ama. - respondi tentando não parecer afetado com isso, desejei não pensar mais em Melinda, afinal segundo ela sempre afirmava, ela amava o Travis. Não! Não pode ser, não mais. Eu via nos olhos dela, eu sentia dentro de mim que Melinda não amara mais o Travis, mas eu sabia também que não seria nada fácil convencê-la disso.

- Você tá mentindo não é? - perguntou ele me fitando curvando as sobrancelhas e eu não conseguir conter o riso.

- Digamos que... Não é igual a noiva cadáver.

- Eu sabia! Não sou idiota pra acreditar nisso.

- É, eu percebi pela sua cara. - eu disse sorriso e ele revirou os olhos.

- Mas... então o Travis?

- Melinda não consegue entender que ele morreu. Esquece! Isso é muito complicado pra você entender.

- Não é não! O Travis morreu, mas Mels não consegue esquecer ele, você quer ajudar ela porque você está apaixonado por ela! - concluiu ele, e eu o encarei pensando em como ele chegou nessa conclusão.

- O quê? De onde você tirou isso?

- Isso é mais óbvio do que a teoria da relatividade - disse ele dando de ombros.

- O quê? Quantos anos você tem?
Como você sabe...? - perguntei e ele bufou.

- Eu li em um site, mas o que isso importa? O que importa é que eu vi vocês aqui no quarto hoje. E percebi o jeito que você olhou pra ela e percebi também que você SOLTOU A MINHA MÃO! - disse ele me encarando, e por um segundo vi meu pai ali no rosto dele.

- Você fingiu que tava dormindo?

- Não, eu atuei. É diferente. - disse ele e eu rir, não acreditando naquilo tudo. - Estou certo, não estou? Você está apaixonado pela Melinda!

- Shhh! Você quer fechar esse bico? - eu disse tampando a boca dele.

- Não quero que ela sofra, Nate.

- O que te faz pensar que ela vai sofrer?

- Bom... você sempre faz isso, e eu não quero que você faça isso com ela.

- Eu FAZIA isso.

- Promete? - perguntou ele, quase implorando com aqueles olhos meigos.

- Prometo. - afirmei e ele deu um leve sorriso.

- Sabe, eu gosto muito dela. Finalmente né?

- Finalmente o quê?

- Você arranjou uma garota que preste. - disse ele e eu rir bagunçando o cabelo dele.

Depois que o Austin pegou no sono, saí do quarto dele sentindo uma desgraçada dor nas costas. A Melinda tinha razão, eu era um bom irmão, ou pelo menos tentava ser. Encontrei com Cora no corredor trazendo mais remédios, ela já tinha trazido vários outros, Austin já estava entupido de tantos remédios.

- Trouxe esse cházinho, ele vai ficar bom logo,logo.

- Tenho certeza disso, com a quantidade de remédio que você entupiu ele. - eu disse e ela riu. - Ele está dormindo, a febre já passou.

- Ah, então eu dou o chá quando ele acordar.

- Bom... eu vou descansar, minha coluna está acabada.

- Eu sabia que o senhor não deveria ter dormido ali, eu disse! Quem já se viu, dormir no chão? Sentado ainda mais? - reclamou ela e eu sorrir com a preocupação que ela tinha. - Quer que eu faça um chá? Minha tia me ensinou um ótimo chá de erva doce e...

- Não, tudo bem. - a interrompi, afinal odeio chá de qualquer coisa. - Só preciso descansar mesmo. Obrigado, viu? - eu disse dando um beijo na bochecha dela.

- N-nada! - disse ela corando. Fui para o meu quarto e desabei na cama, olhei no relógio e era 15:25, eu só queria dormir, meu corpo parecia ter levado uma surra.

Fechei meus olhos para dormir quando escutei meu celular tocando. - Sério isso? - pensei. Levantei procurando a porcaria do celular, o som vinha debaixo da cama. Como essa merda veio parar aqui? - me perguntei. Peguei ele com raiva e vi que era Anne, de novo. Suspirei de raiva, coloquei no silencioso e joguei ele longe.

Deitei na cama e dormir. Quando acordei, já era noite e meu quarto estava todo escuro, escutei a droga do celular vibrar, peguei ele e vi que era o Dr. Parkinson, pai da Anne, médico da minha mãe. Minha mãe! Meu coração pulou, atendi rapidamente temendo o pior.

AlvoradaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin