Capítulo XXVIII

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Depois de tanto tempo, eu realmente me sentia feliz. Já havia esquecido de como é ser feliz, como é rir sem ter um peso nas costas, como é amar e ser amada.

É isso que eu sinto quando olho pro Nate.

Amor.

Ele tem um cuidado, um carinho, um jeito de olhar pra mim que cativa minha alma. E não é por eu ser inválida, não é por pena nem por medo, isso eu tenho certeza. É algo que eu sinto dentro de mim. Sinto que ele me ama. Senti isso enquanto ele entrelaçava seus dedos nos meus, deitado do meu lado na cama.

- Nate? - chamei e ele parou de fitar nossos dedos entrelaçados e olhou para meus olhos. - Eu tenho medo de perder isso.

- Porque você tá me dizendo isso? - perguntou ele, ficando nitidamente tenso, se levantando e sentando na cama.

- Caso você se canse de mim.

- Mels...

- Não, Nate! Sério. Eu sei que não é fácil ter um relacionamento com uma pessoa como eu. - eu disse, e ele voltou a me fitar.

- Realmente, não é fácil ter um relacionamento com uma pessoa como você, indecisa e complicada. - disse ele, tocando em meu nariz e piscando o olho e eu sorrir, ele se inclinou para me beijar e eu também.

- O que tá acontecendo aqui? - perguntou Austin e eu rir pelo tom de voz dele. - Vocês estão juntos e não dizem nada?

- Acho que vai sair no jornal de amanhã ainda. Então sinta-se privilegiado em saber. - disse Nate.

- Então, o que você acha? - perguntei e Austin levantou as sobrancelhas e revirou os olhos.

- Acho que você escolheu o irmão errado. Poxa Mels, não dava pra esperar eu crescer? - perguntou ele colocando os braços na cintura eu sorrir e o chamei para um abraço, ele veio e se jogou no meio, entre eu e o Nate.

- Agora que você disse, acho que tem razão. Posso esperar você crescer um pouco.

- Ei, como assim? Eu sou o mais bonito. - protestou Nate.

- Eu sou mais bonito e inteligente, então, acho que isso faz eu ser bem melhor que você. - revidou Austin, com um sorrisinho maroto.

- Contra fatos não há argumentos. - eu disse e Nate sorriu.

- Acho que a Vitória não vai gostar disso. - murmurou Nate, e Austin levantou-se abruptamente virando para encarar Nate.

- Cala a boca!

- Como assim? O que tem a Vitória? - perguntei sorrindo.

- NADA! - gritou Austin.

- Tem certeza? Não foi o que você me disse. - provocou Nate.

- Chega! Já chega! Tenho mais o que fazer do que ouvir suas besteiras. - disse Austin se levantando.

- Austin! - chamei, mas ele não me escutou e saiu batendo a porta.

****

- Você não faz idéia do quanto estou cansada. Não parei um segundo hoje. - disse Lívia, sentando ao lado do meu pai no sofá.

- Você precisa relaxar, já está tudo encaminhado. - disse meu pai, a envolvendo com os braços.

- Claro, porque eu fui resolver tudo. Se fosse por você...

- Se fosse por mim já estaríamos casados há muito tempo e sem essa cerimônia toda. - disse ele e Livia o fuzilou com os olhos.

Enquanto eles conversavam eu só pensava em como contar para o meu pai sobre o Nate e eu. Como dizer? Eu não saberia a reação dele. Claro que ficaria feliz, afinal ele sempre quis que eu seguisse a minha vida.

AlvoradaWhere stories live. Discover now