Capítulo XLII

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**Nate**

Cheguei em casa tarde da noite, havia recebido uma ligação do Nick, meu amigo da faculdade, contei a ele tudo que havia acontecido nos últimos dias e ele me chamou para beber e esquecer meus problemas. Foi exatamente isso que ele disse. Mas bebida não anestesiava nada, só trabalho anestesiava e olhe lá.

Quando saí do consultório era fim de tarde e eu não queria ir pra casa. Fui pra praia, fiquei lá sentado vendo as ondas, até de noite. Vi casais andando juntos na praia felizes. Ai,  como odeio ver casais!

Fiquei vagando pelas ruas, fui até o prédio de Melinda e fiquei de lá olhando pra janela do apartamento dela. Estava apagada, o que indica que ela e Cora não estavam em casa. Talvez tenham saído com o Will. E foi então que a cena dele dando um buquê pra ela voltou pra minha cabeça.

Eu queria falar com ela. O quê? Não sei, não tem mais nada que possa se dizer. Parece que todas as chances acabaram. Game over.

Depois disso, segui pra casa, todos já estavam dormindo. Inclusive Rosa.

- Droga! Esqueci dela!

Olhei meu celular e estava cheio de ligações de Rosa e Austin.

- Por que você demorou? - perguntou Austin, sussurando no escuro me dando um susto.

- O que você tá fazendo ainda acordado?

- Tendo a certeza que você tá vivo. Onde você estava?

- O adulto aqui, sou eu.

- Não parece.

- Vai dormir.

- Advinha quem tá aqui? E já ameaçou chamar a Polícia se você não aparecesse?

- Quem?

- A doente da Anne, claro. Tá no seu quarto, já mandei sair mas ela fica lá feito uma doida. Aposto que tá cheirando suas cuecas. - disse ele e eu não consegui evitar o riso.

- Ai, meu Deus! - eu disse rindo.

- Ai, meu Deus, mesmo! Tira essa maluca daqui logo. Eu vou dormir.

- E a Rosa?

- Tava te esperando mas caiu no sono.
- Ok. - eu disse e ele foi em direção ao quarto dele e eu fui pro meu. Encontrei Anne na minha cama. Suspirei e pedi a Deus só mais um pouco de paciência. - Anne... - chamei, mexendo no braço dela, ela acordou e quase deu um pulo em cima de mim.

- Meu Deus! Onde você tava? - perguntou ela me abraçando. - Nunca mais faz isso comigo! - reclamou ela batendo no meu braço.

- Desculpa. O que você veio fazer aqui?

- Vim ver sua mãe, mas aí você demorou pra chegar e fiquei preocupada. Onde você tava?

- Eu precisava sair pra pensar.

- Você tem andado tão estranho, Nate. Sinto falta de você, do outro você.

- Acho que esse Nate morreu.

- Ela te mudou mesmo, né? E pelo o que vejo você realmente está apaixonado por ela. Me diz o que ela fez com você.... - disse ela apoiando sua cabeça no meu ombro. - Não estou reclamando. Olha só, eu te entendo tá? - disse ela, me olhando nos olhos e alisando meu rosto. - Eu sei que a gente não tem volta, e que a sua paciente não tem nada a ver com isso. Eu resolvi aceitar, mas quero que você saiba que se um dia você achar que ainda sente algo por mim, eu vou tá esperando. Não importa se eu tiver com outro cara, eu largo tudo por você, Nate. - disse ela, veio até mim, me deu um abraço e foi embora.

Suspirei cansado. Mas essa foi a última vez que vi Anne, depois ela parou de me procurar e soube que ela foi fazer o mestrado. Fiquei feliz por ela ter seguido a vida dela e desejei que ela fosse feliz.

****

- Nate, não te contei uma coisa. - disse Austin, quando fui buscar ele na escola.

- O quê?

- A Mels foi lá em casa, naquele dia que você chegou tarde e a Anne tava lá. Lembra?

- Foi? Por que você não me disse?

- Esqueci.

- Ela foi fazer o quê lá?

- Me ver, ela conheceu a mamãe.

- Te ver?

- Sim, estava com saudades. Qual o problema?

- Nada. E o que a mamãe disse?

- Disse que ela era bonita e que você deveria escolher ela como sua namorada, por que só assim o papai não ía brigar tanto com você.

- Por que você esqueceu, Austin?

- Não sei! Mas sabe, a mamãe tem razão.

- É bem mais complicado do que você imagina.

*****

Ao chegar em casa, encontrei mamãe no jardim. Fiquei vendo calado, sorrindo ao vê-la feliz cuidando do jaridm com tanta dedicação.

- Oi, Nate. O que foi? Brigou de novo com o seu pai?

- Não, mãe.

- Tem certeza?

- Tenho. Sabe a Melinda? - perguntei com esperança que ela lembrasse.

- Melinda? Não! Mais uma que você arranjou por aí?

- Não, mãe. Ela é diferente.

- É mesmo? Como ela é?

- Ela é como o mar, às vezes calmo, às vezes revolto. Ela é aquela sensação de quando conhecemos alguém e sabemos que temos a sorte de ter ela na nossa vida.

- É? Você a ama?

- Mentiria se dissesse que não. O que eu faço pra apagar ela da minha memória?

- Não tem como apagar a memória, só quando você ficar velho.

- Acho que quando ficar velho ainda vou amá-la. Creio que vou amá-la pra sempre.

- Isso é bonito. Você tem razão, amor é pra sempre. Por mais que você finja que esqueceu, quando você deitar a cabeça no travesseiro a primeira coisa que vai vir na sua cabeça é o sorriso dela. - disse ela e eu sorrir.

É, ela tem razão.

Oii gente, sei que ficou um pouco pequeno mas amanhã tem mais, prometo! Queria também aproveitar pra desejar Feliz Natal pra vocês, amores! Obrigada pelo carinho pela minha história, obrigada pelos comentários e os votos! ❤❤❤

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