"Jogue a minha alma ao inferno, mas esse é o pecado pelo qual eu não arrependo."
Ah o preço do pecado, quem se importa? De uma forma ou de outra eu irei queimar no fogo inferno, então me deixe ao menos desfrutar dos meus pecados... Aquele corpo, aq...
Acordo recebendo um carinho maravilhoso na cabeça, finjo estar dormindo só para o Pesadelo continuar, carinho bom da porra.
Pesadelo: nunca vi ninguém dormir sorrindo- fala e eu faço careta abrindo os olhos e ele me olha rindo Eu: estraga tudo viu?!- falo me levantando e ela só dá risada da minha cara.
Vou pro banheiro do meu quarto e escovo os meus dentes, tomo um banho gostosinho e saio enrolada indo pro closet, visto um conjunto vermelho da Calvin Klein, uma calça jeans clara rasgada e um chinelo laranja da Nike mesmo.
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Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo num coque bagunçado, coloco celular e carteira no bolso da calça e saio do quarto vendo o Pesadelo saindo do quarto dele todo arrumado, vestindo uma calça jeans clara, uma camiseta preta e um boné preto da Lacoste com um tênis preto da Oakley, desço plenissima vendo as gurias já prontas e me jogo em cima delas.
Eu: dormiram aqui foi?- pergunto e elas confirmam com a cabeça Bia: o Pesadelo praticamente obrigou a gente dormir aqui- fala e eu dou risada Pesadelo: bora logo que eu tenho o dia todo pro cês não- fala do jeitão dele e saímos para a garagem atrás dele.
Entramos geral na Porsche dele, eu e ele na frente e as meninas atrás, ele deu partida para um colégio de rico que sei nem onde fica, o caminho eu fui conversando com as meninas e ele nem tchum para gente, quando chegamos no colégio ele só passou o braço em volta do meu pescoço e eu passei o braço pela cintura dele, entramos indo para a direção fazer a matrícula direto com a diretora, coisa chata do caralho viu?! Assim que entramos na sala da diretora eu até esqueci como se respira, eu nunca vou esquecer esse rosto, assim como nunca vou esquecer o que essa maldita mulher fez comigo.
[...]
7 anos e dez meses atrás
Hoje é o meu aniversário, data essa que não tem a menor importância para mim, ninguém nunca fez questão de lembrar mesmo, nunca nem recebi um simples parabéns na vida, hoje só completam dez anos que nasci para desgraçar a vida dos meus pais, como eles gostam de dizer, então quem se importa? Eu não!
Margarete: Luiza se arruma que nós vamos sair- fala entrando no meu quarto séria e sai logo em seguida sem nem me dar tempo de lhe perguntar para onde.
Tomo um banho e visto a roupa mais nova que tenho já que as outras a maioria estão rasgadas, visto um short jeans normal e uma camiseta preta que uma vizinha me deu em um dia qualquer, prendo meu cabelo num coque e saio vendo os meus pais conversando baixinho, assim que me aproximo eles apenas se calam e a minha mãe sai me arrastando para o carro.
Eu: para onde vamos mamãe?- pergunto enquanto ela dirige sem nem se importar se eu estou ou não no banco de trás Margarete: comprar o seu presente de aniversário Luiza- fala e eu me animo toda no banco de trás do carro, depois de algumas horas dentro daquele carro a minha mãe mandou eu descer e disse que iria procurar uma vaga para estacionar o carro.
[...]
Agora...
Eu passei horas e horas esperando ela naquele dia, passei dias morando naquela calçada e nada dela voltar, eu passei sete anos morando na rua e fazendo o possível e o impossível para sobreviver, quando eu conheci o Pesadelo eu jurei a mim mesma que se um dia eu voltasse a encontrar essa mulher, eu iria mostrar a mulher que eu me tornei, a mulher que ela não foi, não é e nunca será capaz de me ensinar a ser, porquê se eu sou o que sou hoje, é graças a 14 anos e dez meses longe dos meus progenitores que não valem nem o chão que pisa. Agora ela está fazendo um discurso para o Pesadelo sobre o quão digna é essa escola enquanto olha nós quatro com cara de desgosto, pela sala dela e o jeito que ela fala e se veste ganhou bastante dinheiro, em cima de uma prateleira tem um porta retrato com uma foto dela, com o esposo dela e eu, em outro a uma foto dela, o esposo dela e mais duas crianças, que hipócrita não?!
Eu: abandonou aquelas duas crianças também Margarete?- pergunto olhando fixamente o porta retrato e ela me olha confusa Margarete: desculpe, não entendi o que quis dizer- fala e eu me levanto plenissima andando até o porta retrato que tem uma foto minha quando criança sozinha Eu: acho muita hipocrisia você colocar uma foto da filha que abandonou na sua sala- falo sorrindo amarga e o Pesadelo me olha confuso assim como as meninas e a dona Margarete Margarete: como você sabe?- pergunta e eu dou um risada sem graça Eu: é dona Margarete, a criança que você largou na rua para morrer está bem viva e cresceu- falo deixando o porta retrato no mesmo lugar- e junto dela cresceu um ódio tão grande de você e do seu esposo- falo e o Pesadelo me olha com uma sobrancelha erguida e depois olha para a mulher a sua frente com bastante ódio Margarete: Luiza?- pergunta e eu confirmo com a cabeça Eu: não precisa olhar para mim e para a minha família com nojo não, eu faço questão de não estudar em uma escola com uma diretora tão lixo como você, aliás, o que uma mulher como você poderia me ensinar? A abandonar uma criança de três anos na rua? A desgraçar a vida do meu próprio filho? Não obrigada, eu sou muito melhor que tudo isso aqui- falo e quebro o portas retratos tirando as duas fotos que me incluí, pego o isqueiro no bolso do Pesadelo e ateo o fogo nas fotos e as jogo na lata de lixo- esqueça que eu existo assim como eu faço questão de esquecer a sua cara, passar bem- falo e saio plenissima para longe desse lugar.
Saio da escola e entro na Porsche plenissima, logo o Pesadelo sai com as meninas e diretora atrás, eles entram no carro e a diretora só olhando, o Pesadelo da partida para longe daquele lugar e eu finalmente consigo respirar fundo.
Ana: você está bem amiga?- pergunta esticando o braço para segurar a minha mão. Eu: melhor do que nunca- falo sorrindo e o Pesadelo me olha serinho, ele passa a marcha no carro e deposita a mão na minha perna alisando a mesma Pesadelo: tem uma escola mais perto do morro, vou colocar vocês lá Eu: pública?- pergunto e ele nega com a cabeça- coloca a gente numa pública vai neném- falo e ele nega com a cabeça Pesadelo: não adianta nem ficar no meu pé dona Luiza- fala e eu fico emburrada junto com as meninas.