Avisos

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Então agora eu já tinha minhas suspeitas confirmadas: lobisomens existiam e tinha dois deles na mesma faculdade que eu! E pior ainda, um deles era assassino!

Eu gostaria de provar o contrário, mas infelizmente não tinha outra explicação lógica para os seus olhos.

Não aguentei mais aquilo, então desliguei o computador, me sentei em uma das mesas e me dediquei, agora, ao meu trabalho de inglês de 20 páginas (mais um problema causado pelo Bennett).

Pensando melhor agora, meus últimos problemas estavam sempre relacionados a ele.

* * *

Quando enfim finalizei minha tarefa de inglês, estava exausta e os alunos do último turno já estavam chegando para a sua aula. Pela janela da biblioteca vi que o céu já indicava a chegada da noite. Sempre gostei mais da noite do que do dia, não me pergunte o porquê, nem eu conseguiria explicar.

Arrumei minhas coisas e enfim iria para casa.

Estava caminhando tranquilamente quando tive a sensação de que alguém estava me observando, olhei para trás, mas não tinha ninguém. Continuei andando, mas aquela sensação não passou, comecei a correr.

Quando finalmente parei para tomar fôlego, ali, bem à minha frente, olhos vermelhos me observavam, olhos pertencentes a um lobo de pêlos escuros.

Por um longo tempo ele ficou ali parado me observando. Não movi nenhum músculo. Ele também permaneceu imóvel, mas somente no quesito corporal, pois seus olhos me observavam de uma maneira incrível, por todos os ângulos, até pararem na marca em forma de lua. Foi então que o seu estado mudou de neutro para raivoso. Ele começou a mostrar os dentes e seus olhos intensificaram o brilho vermelho.

Quando achei que ele iria me atacar, algo estranho aconteceu (sim algo mais estranho ainda) minha tatuagem começou a brilhar em azul e isso fez com que aquele lobo, ainda que contra a sua vontade, recuasse.

Ele deu mais um rugido antes de correr mata à dentro.

Achei que eu poderia pelo menos começar a soltar o ar que vinha segurando, mas aí outro lobo apareceu, o mesmo que me marcou e quando eu achei que nada de mais estranho poderia acontecer, ele, acredite se quiser, falou!

"Você já deveria estar em casa".

- Como você consegue falar?

"Você entende é só o que importa"

- Quem é você? Por que não me deixa em paz?

"Agora você é minha responsabilidade".

- Por causa dessa marca idiota que brilha que você colocou em mim eu passo ser sua responsabilidade? Eu posso ser responsável por mim mesma, não se preocupe.

"Se fosse responsável o suficiente não teria ido até a floresta onde tem animais perigosos a uma noite atrás".

- O único animal perigoso que encontrei foi você!

Ele avançou um pouco na minha direção. Não recuei, pois a raiva falava mais alto.

"Então sugiro que vá pra casa, ou não será somente eu dessa vez o seu único perigo".

Ele desapareceu pela mata. O brilho azul em meu braço foi se apagando lentamente.

Depois disso, tomei o caminho para casa, não porque ele mandou, mas sim porque suas palavras me assustaram.

Marcada pelo loboWhere stories live. Discover now